31 de outubro de 2009

Miles Davis e a Scooter

Nos anos 80 Miles Davis deu a cara por alguns anúncios televisivos (tal como nos anos 70 fizera na imprensa). Uma das marcas que o recrutou para o efeito foi a Honda, que em 1984 associou a sua imagem às novas Scooter.


30 de outubro de 2009

Oeiras: Ciclo Internacional de Jazz arranca hoje

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Arranca hoje a sexta edição do CIJO - Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, evento que se prolonga por dois fins de semana e aposta num programa variado que contempla os projectos musicais de Rosario Giuliani quartet e Enrico Rava New Quintet, nos dias 30 e 31 de Outubro, e do Miguel Zenon quartet e Mário Laginha – Bernardo Sassetti duo, nos dias 5 e 6 de Novembro.

ROSARIO GIULIANI, natural de Roma, é um dos mais imaginativos saxofonistas (alto) da sua geração, e presença habitual na Orquestra de Guy Barker, a qual encerrou o Seixal Jazz 2008 com chave de ouro. Herdeiro exemplar de Charlie Parker os seus solos têm uma modernidade particularmente criativa.



ENRICO RAVA, natural de Trieste, é decerto o mais cotado trompetista italiano e um dos mais importantes da Europa. Antigo companheiro das experiências dos saxofonistas Steve Lacy e Lee Konitz, a sua música possui uma elegância contagiante, fruto de uma imaginação apaixonada presente nos seus solos.



MIGUEL ZENON, natural de Porto Rico, bem conhecido do público de Jazz local, tendo-se já apresentado com este seu quarteto no Seixal, em Lisboa e em Cascais, é mestre em associar os ritmos do seu país ao jazz contemporâneo, numa linguagem bem estruturada e particularmente contagiante. Luís Perdomo, o seu pianista, é um solista inspirado que se interessa igualmente pela música étnica da Venezuela.



O festival termina com um concerto onde dois dos nossos mais inspirados pianistas de jazz, e brilhantes compositores, dialogam sobre temas originais da forma mais criativa que o jazz permite. MÁRIO LAGINHA e BERNARDO SASSETTI têm, indiscutivelmente, dado provas do seu enorme bom gosto, do conhecimento das diferentes linguagens da música, dos processos vários de as construir, destruir e reconstruir, num entendimento imediato que roça a genialidade.



Texto compilado a partir de comunicado da produção do CIJO2009.

29 de outubro de 2009

Charles Lloyd hoje em destaque no Mezzo

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Charles Lloyd na Ilha Terceira (2009). Fonte: João Moreira dos Santos

Charles Lloyd estará hoje em grande destaque no Mezzo, canal por cabo que exibe a partir das 19h30 um documentário sobre este verdadeiro ícone do jazz, peça seguida pela transmissão de dois concertos recentes.

"Le Moine et la Sirène - Le chant de Charles Lloyd" foi realizado pelo jornalista francês Fara C e pelo fotógrafo italiano Giuseppi de Vecchi.

Os concertos referidos foram realizados no Hyeres Jazz Festival (duo com Jason Moran) e em Nantes (Charles Lloyd Sangam Trio com Zakir Hussain e Eric Harland).

A não perder!

Cascais Jazz 1973: Sarah Vaughan

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Fonte: Augusto Mayer

JNPDI prossegue a divulgação da memória do Cascais Jazz e apresenta hoje o excerto de um concerto muito especial e que muitos amadores de jazz mais novos nunca tiveram oportunidade de ver. Referimo-nos ao espectáculo protagonizado em Novembro de 1973 por Sarah Vaughan, Carl Shroeder (piano), John Giannelli (contrabaixo) e Jimmy Cobb (bateria).



O espectáculo teve lugar no Pavilhão do Dramático, mas ficou marcado por vários percalços, tal como descrevemos no livro Jazz em Cascais: Uma História de 80 Anos.

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A segunda noite do festival [10 de Novembro] foi aberta, tal como na anterior, pelo sexteto “et cetera”, um projecto liderado pelo pianista alemão Wolfgang Dauner, mas ficou sobretudo marcada pela primeira grande crise do festival. Retidos no estrangeiro, devido ao mau tempo que impossibilitava as ligações aéreas de Milão para Lisboa, Sarah Vauhgan e os Young Giants of Jazz, que estavam programados para esta data, viram-se impossibilitados de comparecer, obrigando Villas-Boas a anunciar ao microfone o adiamento do espectáculo para segunda-feira e a enfrentar os protestos da multidão, sobretudo a presente na plateia imediatamente atrás do palco, que neste ano regressou à posição inicial: “Faço o que vocês quiserem, menos chamar a polícia”.

Segunda-feira, o público pôde finalmente encontrar-se com os Young Giants of Jazz e com Sarah Vaughan. O primeiro, era um sexteto “All Stars” composto por Freddie Hubbard (substituído por Jimmy Owens), Joe Henderson, Gary Burton, Cedar Walton, Larry Ridley e Roy Haynes. A deficiente instalação sonora que marcou esta edição levou Burton a interromper por duas vezes os seus solos e apesar das insistências de Villas-Boas – presente no palco durante o concerto – só os incentivos do público o motivaram a prosseguir.

Também Sarah Vaughan, que no camarim recebera a visita do ex-Rei Humberto de Itália e… de uma (ou mais) garrafa de brandy português, foi prejudicada pelos constantes feedbacks do seu microfone, vendo-se impossibilitada de mostrar todo o seu esplendor vocal e de tirar partido de uma secção rítmica em que se destacava o baterista Jimmy Cobb.

28 de outubro de 2009

Brad Mehldau Trio amanhã no CCB

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O pianista Brad Mehldau inicia amanhã no CCB uma pequena digressão nacional.

Hot Clube em Novembro

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27 de outubro de 2009

Cascais Jazz: Recordar os irmãos Marsalis

Agora que se aproxima o ressurgimento do Cascais Jazz 2009, JNPDI propõe-se divulgar, nas próximas semanas, alguns vídeos inéditos (na internet) das anteriores edições deste mítico festival que se realizou até 1988, data em que findou a sua existência de 18 anos.

Começamos com o quinteto de Wynton Marsalis, agrupamento com que este músico e o seu irmão, Branford Marsalis, se estrearam em Portugal, tendo actuado em 5 de Novembro de 1983 no Pavilhão dos Salesianos. Com eles vinham o fabuloso pianista Kenny Kirland, o contrabaixista Ray Drummond e o baterista Jeff Tain Watts.

Miles Davis: Anúncio para a TDK

Em 1990, Miles Davis gravou um anúncio para a marca TDK.

Eis o resultado...

26 de outubro de 2009

Cascais Jazz regressa em Dezembro

JNPDI revela-lhe em primeira mão o programa do Cascais Jazz 2009, festival que regressa depois de uma ausência de 21 anos.

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25 de outubro de 2009

Jazz para júniores

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Foi recentemente lançado nos EUA um CD que pretende ajudar os mais novos a entender o jazz e a adoptá-lo como música sua. O projecto é da autoria do trompetista Randy Sandke e agrupa músicos tão distintos como Wycliffe Gordon, Wayne Escoffery, Ted Rosenthal, John Riley, Jay Leonhart, Ken Peplowski, Howard Alden e Chuck Wilson.

O CD pode ser lido no computador e é aí que mostra os recursos escondidos que traz, nomeadamente ilustrações que contribuem para explicar ao mais novos o que é o jazz.

23 de outubro de 2009

Orchestra Wives: Mulheres e Música (1942)

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Houve um filme que Portugal (pelo menos Lisboa) viu nos anos 40 e que inspirou alguns músicos que se dedicaram pioneiramente ao jazz: Orchestra Wives.

Este filme, que entre nós foi baptizado de Mulheres e Música, foi realizado em 1942 por Archie Mayo e construído essencialmente em torno da figura, música e orquestra de Glenn Miller.

Ganhou especial relevo o facto desta longa metragem, protagonizada por Ann Rutherford e George Montgomery, ter sido a segunda (a primeira foi Sun Valley Serenade) e última dedicada à orquestra de Glenn Miller. De facto, volvido pouco tempo, Miller alistou-se no exército norte-americano, vindo a desaparecer misteriosamente em Dezembro de 1944.


22 de outubro de 2009

Joe Lovano US Five no Seixal Jazz

Quem se deslocou ontem ao SeixalJazz para assistir ao concerto de abertura deste festival pôde testemunhar um dos melhores espectáculos de jazz dos últimos tempos. Referimo-nos ao concerto protagonizado pelo grupo US Five de Joe Lovano, composto por James Weidman (piano), Esperanza Spalding (contrabaixo), Francisco Mela e Otis Brown III (bateria).

Joe Lovano realizou, por si próprio, uma das melhores prestações que lhe ouvimos até hoje e contribuiu decisivamente para um espectáculo notável, tal como a sempre surpreendente Esperanza Spalding. A presença de duas baterias em palco, algo muito invulgar, fez-nos lembrar, por momentos, a sonoridade do malogrado John Bonham (baterista dos Led Zeppelin), acrescentando ao conjunto uma riqueza e variedade rítmica muito interessantes.

Vale a pena ver o seguinte vídeo que documenta o espectáculo realizado por este grupo no Festival de Jazz de San Sebastian deste ano.



A música presente neste espectáculo está gravada no CD Folk Art, recentemente lançado por Lovano na Blue Note.

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21 de outubro de 2009

Seixal Jazz: 10.ª edição começa hoje

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Arranca hoje a 10.ª edição do Festival Internacional SeixalJazz, evento de referência realizado desde 1996 e que este ano aposta num cartaz em que pontuam Joe Lovano, Kenny Werner, George Colligan, Mingus Big Band e vários (e de bom nível) músicos portugueses.

O festival decorre até 7 de Novembro e apresenta um total de 14 espectáculos que decorrem no Auditório Municipal e nos Antigos Refeitórios da Mundet. Além dos concertos, o programa integra ainda um workshop de piano, a cargo de Kenny Werner, pequenos espectáculos de Carlos Barretto, integrados na exposição Solo Pictórico, de sua autoria, feiras do disco e do jazz e sessões de O Jazz Vai à Escola, nas escolas básicas do nosso concelho.




A produção do festival tem estado desde sempre confiada a Paulo Gil, que explica no seguinte vídeo o elenco por si escolhido para a presente edição. De notar que já depois de realizado o vídeo, a produção do festival se deparou com o cancelamento do concerto pelo trio de Robert Glasper, músico que foi substituido pelo trio de George Colligan.



Já agora, e porque de 10 anos se trata, aqui fica um vídeo sobre a primeira edição do Seixal Jazz, ocorrida em Novembro de 1996, sendo de notar que o festival não se realizou nos anos de 2002, 2004, 2006 e 2007.

20 de outubro de 2009

Pat Metheny: Entrevistas compiladas em livro inédito

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No próximo mês os amantes da arte musical de Pat Metheny terão ao seu dispor um livro que compila um grande conjunto de entrevistas realizadas por Richard Niles com o objectivo de viajar profundamente ao encontro das múltiplas facetas da sua obra e vida.

André Sarbib na Casa da Música: This is It!

A 16 de Janeiro deste ano, André Sarbib apresentou o seu mais recente CD, This is It!, num espectáculo realizado na Casa da Música.

Desse concerto, aqui ficam dois vídeos que vale a pena ver e ouvir e nos quais participam André Sarbib (piano, voz), João Moreira (trompete), Bernardo Moreira (contrabaixo) e João Cunha (bateria)+ convidados.



19 de outubro de 2009

Luís Villas-Boas: "O Jazz é uma música para se consumir ao vivo"

No ano em que se assinalam 10 anos da partida de Luís Villas-Boas, JNPDI recorda-o ainda através de um vídeo dos seus derradeiros anos. É um curto depoimento, mas que ainda assim contribui para recordar aquele que é o "pai" do Jazz em Portugal.

18 de outubro de 2009

Miles Davis: The Complete Columbia Album Collection

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É já em Novembro próximo que chega ao mercado uma caixa que contém todos os 52 discos gravados por Miles Davis para a editora Columbia ao longo de 30 anos (1955/1985). A estes somam-se trabalhos inéditos, tais como a participação do trompetista no Isle of Wight festival (1970) e no Festival Internacional de Jazz de Paris (1949).

Esta oferta invulgar estará disponível apenas na Amazon e inclui ainda um DVD inédito (que documenta a digressão europeia de 1967) e um livro de 250 páginas.

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Os admiradores incondicionais de Miles Davis podem, pois, contar com uma notável prenda para o próximo Natal... isto se se dispuserem a gastar nada menos do que 220 euros.

17 de outubro de 2009

João Paulo: White Works

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Foto: Pedro Cláudio

O pianista João Paulo lançou recentemente o CD White Works, obra a solo editada pela Universal Music Portugal e que o encontra inspirado pelas composições originais de Carlos Bica. JNPDI entrevistou-o para conhecer melhor a música e o conceito por detrás deste projecto discográfico gravado em Março de 2008 no grande auditório da Culturgest.

JNPDI: O que é que os potenciais ouvintes podem encontrar neste, diga-se, extraordinário White Works?

JOÃO PAULO: É extremamente difícil responder. Talvez eu seja a última pessoa a quem perguntar. Espero que cada um encontre algo de diferente, de pessoal; algo de que eu nem faça ideia que lá está.

JNPDI: Como surgiu a ideia de trabalhar 12 originais de Carlos Bica?

JP: O disco de piano solo é uma ideia já antiga do Carlos Bica. O disco Diz incluía uma peça em piano solo. Creio que foi a partir daqui que lhe nasceu a vontade de produzir um disco de originais em piano solo. Esta ideia foi amadurecendo e há cerca de dois anos o Carlos fez-me a proposta concreta e começámos a trabalhar para o disco.

JNPDI: Considero, pessoalmente, um facto muito relevante para o jazz e a música improvisada portuguesa que um músico com o seu prestígio tenha decidido gravar um CD preenchido quase totalmente por originais de um colega de artes. Creio que tal revela um acto de reconhecimento da música que por cá se compõe e a eventual consolidação de um futuro corpo de standards nacionais. Concorda com este último ponto?

JP: Sim, concordo. Tem-se composto muito boa música entre nós.

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JNPDI: O White Works contempla também três improvisos exclusivamente da sua autoria e todos denominados por “Improvisation” (1, 2 e 3). Qual o conceito subjacente a estas peças?

JP: A improvisação acaba por ser o núcleo de todo o disco.Está presente em quase todas as canções do Carlos Bica, excepto em «A princesa e o lago». A diferença situa-se entre o improvisar com mais ou menos texto e o improvisar sem qualquer texto. As peças intituladas «Improvisation» estão neste último caso, surgiram no momento em que foram tocadas. Como o texto escrito pode introduzir uma certa distância entre a criação e a «performance», tentámos reduzir essa eventual distância decidindo incluir estas improvisações livres, nas quais o criar e o tocar estão mais perto de coincidir.

JNPDI: O João Paulo referiu a dado momento que gosta de imaginar o Carlos Bica como “um realizador de cinema musical”. Este CD tem de facto em parte esse ambiente. Que tipo de filme poderia encaixar nele?

JP: Concordo que esta música poderia acompanhar cinema, mas não foi bem nesse sentido que falei do Carlos Bica como realizador. Acho que o Carlos Bica compõe, trabalha, de uma maneira tecnicamente comparável à do trabalho em cinema, desde as questões de «casting» até à montagem final.

JNPDI: Quais foram os maiores desafios na execução deste disco?

JP: Não houve propriamente desafios. No que toca à música, tudo correu com naturalidade, entusiasmo e prazer. O obstáculo mais longo a vencer foi a escolha da editora.

JNPDI: A opção por gravar na Culturgest surgiu em que contexto?

JP: Uma gravação de piano solo necessita, em princípio, de um bom espaço com um bom piano. É o caso da Culturgest.

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Foto: Pedro Cláudio

JNPDI: Podemos esperar de si novos discos dedicados a explorar o cancioneiro de outros músicos portugueses?

JP: Não está programado, mas é uma possibilidade. Talvez, porque não…

JNPDI: Qual a sua opinião sobre o panorama do jazz e da música improvisada em Portugal neste momento?

JP: O panorama é cada vez mais vasto e com cada vez mais músicos de grande qualidade.

JNPDI: Das novas gerações de pianistas, quais destacaria?

JP: São muitos os pianistas jovens de quem gosto; não vou destacar nenhum, teria de fazer uma lista extensa e os inevitáveis esquecimentos ser-me-iam dolorosos, depois.

JNPDI: Já agora, e não considerando os seus próprios discos, que registo de piano recomendaria aos leitores de JNPDI que pretendam aventurar-se na audição deste instrumento a solo?

JP: Nunca menos de três: Thelonious Monk, Alone in Paris, Lennie Tristano, Solos and Trio, e Keith Jarrett, Facing You.

16 de outubro de 2009

Joe Williams no Jazz Num Dia de Verão (1989)
Memória do Jazz em Portugal

Há 20 anos, a 1 de Julho de 1989, o lendário vocalista Joe Williams realizou um espectáculo inesquecível no festival Jazz num Dia de Verão.

JNPDI divulga hoje em primeira mão no Youtube dois temas deste espectáculo em que participou o trio do pianista Norman Simmons, composto por Bob Badgley (contrabaixo) e Gerryck King (bateria).

PS: Do segundo 15 ao segundo 20 do primeiro vídeo são visíveis na audiência Luís Villas-Boas e o Eng.º Bernardo Moreira (ex-presidente do Hot Clube de Portugal).






15 de outubro de 2009

Miles Davis: We Want Miles em Paris

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Inaugura amanhã em Paris, na Cité de la Musique, uma exposição que presta homenagem a Miles Davis por ocasião do 60.º aniversário do primeiro concerto do trompetista em França.

Através da exibição de 350 objectos (filmes, fotos, manuscritos, partituras, capas de álbuns, vestuário, trompetes) We Want Miles recria o universo deste emblemático músico, desde o seu nascimento, em 1926, até ao seu último espectáculo em Paris, em 1991.

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Foto:Patrick Kovarik/AFP

A exposição - que de acordo com Vincent Bessières, comissário do evento, é a maior jamais dedicada a Miles - está dividida em oito secções:

1 - The infuence of the St. Louis musicians who, from New Orleans to Chicago to Kansas City, developed a “school” of trumpet playing that would leave its mark on his own sound;

2 - His affliation to the vanguard of the 1940s, bebop, with the blessing of its mentors Dizzy Gillespie and Charlie Parker, whose regular sideman he became;

3 - The novelty of the arrangements and “soft” quality of sound put out by his frst orchestra, that opened the way to a new jazz – cool jazz – from which Miles would then turn away in order to go back to the basics of afro-american jazz, the expressiveness of blues, the lyricism of standards, along with the main perpetrators of hard bop (Horace Silver, Sonny Rollins, Jackie McLean, Art Blakey, and John Coltrane);

4 - The frst years with Columbia marked by the orchestral works of Gil Evans, his ambitious adaptations of Porgy and Bess and Sketches of Spain, as well as his modal exploration with the sextet, culminating in the masterpiece Kind of Blue;

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5 - The so-called Second Quintet with which, in the middle of the 1960s – infuenced as he was by young guns (Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter and Tony Williams) – he shook the very structure of jazz, ushering in a certain rhythmic freedom, while never losing control over his music;

6 - The end of the sixties marked by electric instruments, conceptual albums, and the infuence of Jimi Hendrix, along with all the future heroes of jazz rock (Joe Zawinul, John McLaughlin, Chick Corea…);

7 - The invention of afrofunk based on obsessive beats, and a saturated electric sound with strange undercurrents resulting from his collaboration with Indian musicians – a style with its fnger on the pulse of popular music (Motown, James Brown and Sly Stone);

8 - The rise of pop jazz, marked by new production techniques and synthesizers, his fascination with Prince, his covers of hits, and his close collaboration with Marcus Miller, who composed an entire album for him, Tutu, as a showcase for what had truly become his signature sound. All these “directions in music” – to use a phrase Miles put on his album covers in the middle of the 1960s – bear witness to an incredible creativity and a fully fedged commitment that the exhibition aims to translate the richness, making the most emblematic recordings heard.

Festival de Jazz da Alta Estremadura arranca hoje

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Tem hoje início mais uma edição do Festival de Jazz da Alta Estremadura (FJAE), evento que, como habitualmente, decorre nas cidades de Leiria e Marinha Grande.

O FJAE inicia-se com um Workshop dirigido pelo trio do contrabaixista Zé Eduardo e encerra no Domingo, 25, com um concerto do quarteto liderado pelos saxofonistas Dave Liebman e Ellery Eskelin. Entre estas duas datas o Quinteto de Nelson Cascais, o Zé Eduardo Unit, a Mingus Big Band, o trio BassDrumBone e o concerto de encerramento do Workshop deverão ser razões suficientes para justificar a visita ao evento.

O FJAE, que se realiza desde os anos 90, é uma iniciativa da Associação Desenvolvimento e Cooperação Atlântida, dos Municípios de Leiria e Marinha Grande e conta com a actual equipa de produção desde 2001.

14 de outubro de 2009

Miles Davis & John Coltrane: Parceria histórica analisada em livro

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A edição não é propriamente recente (data de 2008), mas só agora chegou ao nosso conhecimento. Referimo-nos a um interessante livro que retrata a parceria entre Miles Davis e John Coltrane, analisando a sua interacção musical e legado.

13 de outubro de 2009

Septeto do Hot Club lança CD

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O Septeto do Hot Club de Portugal apresenta esta semana o seu primeiro CD, para o que realiza uma série de três espectáculos na Praça da Alegria nos dias 15, 16 e 17 próximos.

O CD foi gravado em 2008, ano em que o Hot Clube comemorou os seus 60 anos de existência, e apresenta um repertório composto por temas originais de Bruno Santos (também director musical do septeto). A edição é da TOAP e estará brevemente à venda na FNAC.

O Septeto do Hot Clube de Portugal foi criado em 2001 e é composto por docentes da Escola de Jazz Luíz Villas-Boas, todos eles músicos de créditos firmados no panorama do Jazz português: Pedro Moreira (saxofone tenor), João Moreira (trompete), Claus Nymark (trombone), Bruno Santos (guitarra), Rodrigo Gonçalves (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria). Este grupo pretende ir ao encontro de um dos objectivos do Hot Clube, tal como foi idealizado pelo seu fundador - a divulgação do Jazz - tendo já actuado um pouco por todo o país: AngraJazz, Fozjazz, Hot Clube, Teatro Municipal da Madeira, Luanda, Festival Jazz Valado, etc.

Esta formação assume-se como grupo de repertório, que abrange obras de compositores importantes desde os anos 20 como Louis Armstrong, ao jazz "neo bop" mais recente, com orquestrações associadas ao lendário agrupamento de Art Blakey, a Wayne Shorter ou a Thad Jones.

De notar que o Hot Clube não estava presente no mercado discográfico há precisamente 15 anos, datando de 1994 a edição do CD que a sua big band gravou para a Polygram (actual Universal Music Portugal).

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Luís Villas-Boas: 1924/1999

Porque é sempre tempo de recordar o "pai" do jazz em Portugal, sobretudo no ano em que se completam 10 anos da sua partida (Março de 1999), JNPDI divulga novamente a apresentação multimedia de que somos autores.



Ella Fitzgerald: "Georgia on My Mind"

12 de outubro de 2009

Dexter Gordon na Aula Magna (1982)
Memória do Jazz em Portugal

Prosseguindo a sua rubrica Memória do Jazz em Portugal, JNPDI divulga hoje em primeira mão um excerto da actuação do quarteto de Dexter Gordon na Aula Magna, espectáculo realizado em 2 de Maio de 1982.

O quarteto é composto pelo grande (em todos os sentidos) Dexter Gordon (saxofone-tenor) e por Kirk Lightsey (piano), David Eubanks (contrabaixo) e Eddie Gladden (bateria).

11 de outubro de 2009

Hoje fala-se de Jazz e Vinil na FNAC de Cascais

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Hoje, a partir das 17h00, João Moreira dos Santos, investigador e promotor de jazz, traça a evolução dos discos de vinil deste género musical – usando para o efeito uma grafonola, um gira-discos e peças dos anos 20 a 40 – e convida quatro personalidades do jazz português a tocarem na FNAC de Cascais alguns discos marcantes da sua colecção particular: António José de Barros Veloso (pianista), António Rubio (crítico de jazz), Jorge Costa Pinto (maestro e compositor) e Maria Viana (cantora).

10 de outubro de 2009

Art Themen & Robin Aspland em grande no 6.º aniversário de JNPDI

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O Centro Cultural de Cascais recebeu ontem a festa de celebração do 6.º aniversário de Jazz no País do Improviso, evento que teve como convidados Art Themen (saxofone-tenor) e Robin Aspland.

JNPDI mostra-lhe hoje alguns dos melhores momentos deste espectáculo que sucedeu aos realizados por Herb Geller (2007) e Sheila Jordan (2008), respectivamente para celebrar o 4.º e 5.º aniversário desta verdadeira casa do jazz na internet.

Este ano o espectáculo assumiu uma natureza mais intimista e foi 100% acústico, tirando partido das boas condições sonoras que o Centro Cultural de Cascais apresenta para este tipo de concertos.









JNPDI agradece a Maria Viana pelo importante papel na produção deste espectáculo e pelo inestimável apoio que tem dado desde há anos a este blogue.

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Fotos: JMS/JNPDI.

9 de outubro de 2009

JNPDI: 6.º aniversário celebrado hoje

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Centro Cultural de Cascais. Fonte: JMS/JNPDI

É hoje que o saxofonista Art Themen e o pianista Robin Aspland celebram o 6.º aniversário de JNPDI com um concerto no Centro Cultural de Cascais. O evento tem início às 21h30 e todos os leitores e leitoras estão obviamente convidados para a festa cuja entrada é absolutamente livre.

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Nascido em 1939, em Inglaterra, Art Themen iniciou a sua carreira musical com o Cambridge University Jazz Group e envolveu-se posteriormente no movimento britânico dos Blues, tocando com Eric Clapton, George Harrison, Joe Cocker e John Mayall. Nos anos 60 e 70 radicou-se definitivamente no Jazz, colaborando com Ronnie Scott, John Dankwort, Dave Holland e alguns dos mais destacados músicos norte-americanos. Em 1974 deu início a uma longa parceria musical com Stan Tracey. Presentemente, dedica-se essencialmente ao quarteto que mantém com o pianista Frank Giasullo.

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Robin Aspland nasceu a 6 de Dezembro de 1961, em Leeds, Inglaterra. Em 1984, após ter estudado música na Roundhay High School, Aspland mudou-se para Londres e na década de 90 ganhou fama no círculo de jazz britânico, tendo tocado com artistas como Iain Ballamy, George Coleman, John Dankworth, Cleo Laine, Pete King, Dick Morrissey, Orphy Robinson, Arturo Sandoval, Ronnie Scott, Bobby Watson, Kenny Wheeler e Van Morrison. Ao longo dos anos, Aspland continuou a construir uma sólida reputação como um excelente e inventivo solista, sendo igualmente conhecido e respeitado como um talentoso sideman e especialmente como acompanhante de cantores, entre os quais Liz Fletcher, Karen Lane, Martin de Claire, Curtis Stigers e Anita Wardell.

8 de outubro de 2009

Charles Lloyd sublime no Angra Jazz

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Charles Lloyd e o seu quarteto encerraram no passado Domingo a 11.ª edição do Angra Jazz, tendo aí realizado um espectáculo unanimemente considerado um dos melhores de sempre deste prestigiado festival.

Houve várias razões que estiveram na base deste extraordinário concerto, o qual acompanhámos a par e passo por razões profissionais pois estivemos ligados à sua produção.

O primeiro prenúncio de que algo de mágico se podia passar em palco surgiu quando no Sábado ao cair da noite aterrámos nas Lages com Lloyd e o seu quarteto a bordo de um A321 que dava pelo nome de Amália Rodrigues. Lloyd reparou e apontou-nos a curiosidade, referindo que o disco da fadista com Don Byas era algo que considerava excepcional. A alma de Amália tocava assim a de Lloyd, que não é menor, dando o mote para um concerto profundo e intenso.

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O segundo fenómeno que contribuiu para a excepcionalidade do referido concerto foi na verdade o primeiro pois referimo-nos a Charles Lloyd e aos músicos que compõem o seu quarteto: Jason Moran (piano), Reuben Rogers (contrabaixo) e Nasheet Waits (bateria).

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A terceira razão foi a ilha da Terceira em si, por onde passeámos com Lloyd e a sua mulher, ele que é um admirador da natureza e do silêncio. Sem dúvida que as suas gentes e paisagens o inspiraram para a passada noite de Domingo.

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Outra razão foi, claro, o acolhimento que os promotores do Angra Jazz dispensaram desde o início a todos os músicos. Lloyd confidenciar-nos-ia depois do concerto a razão por que tocou quase duas horas: "Trouxeram-nos até aqui tão longe, trataram-nos tão bem que senti que devia retribuir o mais que pudesse".

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Antes, porém, do concerto houve que realizar o tradicional soundcheck e cumprir os compromissos com os órgãos de comunicação social locais.

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Um pouco antes das 22h00 é hora de reunir os músicos e subir ao palco...

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E depois fez-se, então, pura magia.

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E já depois do encore, quando os músicos julgavam o espectáculo terminado, Charles Lloyd continou a dar a entrada para temas, uns após os outros. No final, o público e a organização estavam rendidos à excelência musical e humana de Lloyd e do seu quarteto.

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Infelizmente, o concerto, ao contrário do que estava previsto, não foi filmado pela RTP Açores, perdendo-se assim uma oportunidade única de registar um dos melhores concertos de Lloyd em Portugal.


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