31 de março de 2007

A famosa capa Alentejana de Wes Montgomery

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Já em tempo havíamos falado aqui da foto da capa do cd de Wes Montgomery que dá pelo título de Down Here on the Ground.

O facto insólito era a presença de um casario tipicamente português num disco made in USA.

Entretanto investigámos o assunto e chegámos hoje à fala com o seu autor, o reconhecido fotógrafo Pete Turner, cujo trabalho na área do jazz está documentado no livo The Color of Jazz.

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Estamos, pois, finalmente, em condições de revelar o contexto em que surgiu tal foto. Explica-nos Turner que em 1966 se encontrava a trabalhar para a TAP na área da publicidade, data em que captou o reflexo do céu alentejano e das suas casas no tejadilho de um automóvel. O autor não se recorda, porém, da localização da povoação em causa.

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Esta imagem viria posteriormente a ser usada na capa do disco de Wes, gravado entre 1967 e 1968, o penúltimo que gravou antes de falecer em 15 de Junho de 1968.

Morreu Tony Scott

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Acabámos de saber do desparecimento de Tony Scott, um dos primeiros jazzman a fundir o jazz com a música oriental, músico que faleceu no passado dia 28.

Formado na Juilliard School of Music (1940-1942), tornou-se um dos primeiros clarinetistas a tocar bebop, tendo gravado com Sarah Vaughan e Miles Davis, Ben Webster, Trummy Young, Earl Bostic, Charlie Ventura, Claude Thornhill, Buddy Rich e Billie Holiday.

Como líder, gravou com Dizzy Gillespie e Bill Evans e no final dos anos 50 partiu para o oriente, tendo gravado duas obras primas como música de meditação:

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Desde os anos 70 que vivia em Itália, dedicando-se à pintura e à música.

30 de março de 2007

Vimos, gostámos e recomendamos

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JNPDI! passeou-se hoje pelo Mundo do Jazz, em exibição na Gulbenkian, peça que recomendamos aos pais que querem dar aos filhos uma educação musical abrangente e, porque não, também jazzística.

Em breve daremos aqui nota das nossas impressões... mas que é uma peça cheia de surpresas lá isso é!

Para que os nossos leitores possam ter uma ideia do que se passa em palco durante cerca de uma hora, deixamos aqui o texto do argumentista, José Caldas, quanto a nós muito bem escrito e pedagógico, a captar bem a essência da mensagem social e cultural do Jazz.

Vamos Jogar?

Era uma vez um povo, cor de chocolate, que veio trazido de longe para trabalhar nos campos de algodão branco, branco. O trabalho era tanto que inventavam canções para tornar mais leve a lida. Eram os primeiros sons do jazz que vinham de debaixo da terra do chão.

Depois jogavam esses pedacinhos sonoros do canto de trabalho com o canto religioso e com o canto de todos os negros, ecoando lá de longe, desde a terra mãe. A saudade, a tristeza, o cansaço, o amor, fizeram nascer um som azul (o blues), espelho destes sentimentos. Primeiro foram tocados por instrumentos do corpo - a voz, as palmas, o estalar dos dedos - depois por outros, adaptados ou inventados, como a tábua de lavar roupa, os pífaros de cana, e todos os objectos batucáveis.

Nesses campos de algodão e também de café e também de tabaco cresceram países novos e grandes, como a América do Norte, e neles cresceu também a ideia de que a liberdade é para todos, ricos e pobres de todas as cores e de todos os lugares. Uma ideia bonita mas difícil de explicar e de viver... foi preciso muito tempo, grandes discussões e uma guerra para todos perceberem o que queria dizer.

E depois da guerra que deu ao povo negro a liberdade, ele pôde comprar instrumentos musicais ao povo branco e então é que foi: surgiu esta música que até hoje encanta o mundo! Música esperta que mais que todos os discursos dos homens sérios soube misturar as cores e as diferenças sociais, num jogo de sons, de requebros, de alegrias, tristezas, e beijos, e namoros. Sim, porque o jazz é a música do diálogo sem palavras, do improviso certeiro, aberta às sugestões sonoras e muito próxima de todos os amores.

Criamos portanto este concerto para vocês. Para tentar contar esta história tão grande que o tempo não pode conter. Ela fica a meio caminho entre a música e o teatro, pois mistura histórias da música com músicas que contam histórias onde as expressões jogam este jogo por excelência que é a arte. Contamos convosco, os maiores jogadores do mundo do "faz de conta", para jogarem connosco este jogo musical.

Joguemos.


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E, já agora e a propósito, o texto do director musical, o pianista Filipe Melo:

Uma história sem palavras

É sempre um grande desafio falar sobre Jazz e ainda mais querer fazê-lo sem utilizar uma única palavra - que foi exactamente o que fizemos no dia-a-dia a tentar imaginar este concerto encenado no "Mundo do Jazz".

O jazz nasceu num clima de opressão e de violência - foi uma manifestação de profunda revolta, mas também de alegria e paixão pela vida e pela liberdade. A escolha do programa para o espectáculo surgiu naturalmente, acompanhando o percurso da própria música - desde as origens, nos "Worksongs" (canções de trabalho) e nos Blues, aos tempos do Swing edo Bebop, chegando às várias formas como o Jazz se difundiu e evoluiu, influenciando compositores como Debussy, Stravinsky ou Ravel. E não só, porque o ouvido atento do músico de jazz também se deixou conquistar pela tradição musical europeia, para enriquecer o leque de possibilidades da sua linguagem original. Este diálogo constante entre a tradição e a modemidade e entre a música popular, a música erudita e o Jazz prolongou-se até aos nossos dias e está presente na música feita actualmente e sempre renovada para as gerações futuras.

Nunca quisemos explicar o que é isto do Jazz - queremos acima de tudo que vocês sintam o mesmo que nós sentimos quando éramos crianças e nos apaixonámos por esta linguagem. Temos a sorte de poder contar com músicos profundamente conhecedores e talentosos, um excelente actor, um letrista surpreendente, e com o apoio essencial de um encenador que nos obrigou a "não explicar".

Estamos prontos para a viagem e esperamos que ela vos entusiasme tanto como a nós.

Estoril Jazz 2007: Assinaturas com desconto de 50%

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O XXVI Estoril Jazz decorre de 6 a 15 de Julho próximo, no Auditório do Parque Palmela, este ano claramente apostado numa programação com grupos representativos de correntes musicais actuais, sendo de destacar a estreia em Portugal de uma das vozes mais aclamadas pela crítica internacional: Kurt Elling.

Do elenco fazem parte o Quarteto de Buster Williams, Quinteto de Dave Holland, S.F. Jazz Collective (D. Douglas, J. Lovano, M. Zenon, Stephon Harris, etc), Trio de Joshua Redman, Kurt Elling, JATP Revisited (com Wycliffe Gordon, Terell Stafford, Grant Stewart e o trio do pianista Cyrus Chestnut).

Tratando-se do elenco mais caro dos últimos 20 anos deste Festival, e com o objectivo de o tornar acessível a todos, nomeadamente aos jovens, a Projazz/DM Produções decidiu promover de 1 de Abril a 15 de Maio a venda antecipada de assinaturas para todos os seis concertos, possibilitando um desconto de 50% sobre o preço normal praticado durante o Estoril Jazz, o que representa uma poupança de 75 euros.

Mundo do Jazz na Gulbenkian

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JNPDI! vai assistir hoje ao espectáculo No Mundo do Jazz, a decorrer de 26 a 31 de Março na Fundação Calouste Gulbenkian.

Com direcção musical de Filipe Melo e a participação de Marta Hugon e Bernardo Moreira, este é um espectáculo dirigido a crianças e jovens, dos 5 aos 13 anos de idade e que visa essencialmente dar a conhecer o mundo do jazz, pois claro!

O argumento gira em torno de cinco músicos imaginários e permite conhecer as particularidades e grandes temas do jazz, evocando a música de Duke Ellington, Cole Porter, George Gershwin, Thelonious Monk, John Coltrane, Miles Davis, entre outros.

Reza assim a história:

Cinco amigos, um bar na cidade de Chicago.

Todos eles se encontram no seu bar favorito a fazer grandes planos para o futuro. Acabaram de chegar à cidade e não sabem o que fazer para ganhar a vida. Depois de muitas indecisões e confusões, e como a única coisa que verdadeiramente sabem fazer é música, acabam por criar uma banda, que tornará o bar famoso pelas suas fantásticas actuações, contagiando de uma forma irresistível todo o público que aí se dirige para os ver a actuar.

Estes cinco amigos tiveram percursos e aprendizagens muito diversas, mas têm todos uma paixão comum - o jazz! Quais as origens do jazz? Como é que o jazz funciona? Grandes compositores eruditos foram, ao longo do século XX, de uma forma mais ou menos decisiva influenciados pelo jazz, criando pontes entre estes dois mundos, como Ravel e Stravinsky, ou George Gershwin e Bernstein. Na verdade com o correr dos tempos e com a sua evolução natural, o jazz e a música erudita, entrecruzam-se cada vez mais e influenciam-se mutuamente.

E o Jazz sempre a tocar!

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Um Toque de Jazz, programa de Manuel Jorge Veloso, emitido pela RDP - ANTENA 2 (Sábados e Domingos - 23.00 às 24.00) e com Webcast em mms://rdp.oninet.pt/antena 2, apresenta em Abril a seguinte programação:

Domingo, 01.04.07 – Concertos Europeus (5) – O Quinteto Nordic Kollektiv, com Mathias Eick (trompete), Esa Pietilä (sax-tenor e soprano), Kjartan Valdermarsson (piano), Uffe Krokfors (contrabaixo) e Markku Ounaskari (bateria). Concerto realizado em 15.05.05 em Helsínquia. Gravação Eurorádio.

Sábado, 07.04.07 – Novos discos (1) – Uma recensão das novidades discográficas internacionais mais recentes.

Domingo, 08.04.07 – Concertos Europeus (6) – O duo Arthur Blythe (sax-alto) e Bob Stewart (tuba), dos EUA, num concerto realizado em Hamburgo em 20.05.05. Gravação Eurorádio.

Sábado, 14.04.07 – Novos discos (2) – Uma recensão das novidades discográficas internacionais mais recentes.

Domingo, 15.04.07 – Concertos Europeus (7) – A cantora Dianne Reeves (EUA) acompanhada por um trio com Pete Martin (piano), Reuben Rogers (contrabaixo) e Greg Hutchinson (bateria) no Festival de Jazz de Montreux (11.07.05); o Quinteto Five Corners + 2 (Finlândia) num concerto ralizado em Helsínquia em 20.08.05. Gravação Eurorádio.

Sábado, 21.04.07 – Não há transmissão de «Um Toque de Jazz», devido à transmissão dos Dias da Música (CCB).

Domingo, 22.04.07 – Concertos Europeus (8) – O noneto do pianista Michel Herr (Bélgica), com Bert Joris (trompete), Phil Abraham (trombone), Steve Houben (sax-alto), Fabrice Alleman (sax-tenor e soprano), Marcus Bartelt (sax-barítono), Jacques Pirotton (guitarra), Sam Gerstmans (contrabaixo) e Dré Pallemaersts (bateria). Concerto realizado em 28.10.05 em Bruxelas. Gravação Eurorádio.

Sábado, 28.04.07 – Novos discos (3) – Uma recensão das novidades discográficas internacionais mais recentes.

Domingo, 29.04.07 – Concertos Europeus (9) – O quinteto Five Elements do saxofonista Steve Coleman (EUA) em «Weaving Symbolics», com Jonathan Finalyson (trompete), Tim Albright (trombone), Thomas Morgan (contrabaixo) e Dafnis Prieto (bateria) e a participação da cantora Jen Shyu. Concerto realizado na Áustria em 27.08.06. Gravação Eurorádio.

29 de março de 2007

Fotografias precisam-se!

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António Macedo entrevista Rão Kyao

O nosso leitor Pedro Esteves, um dos contemplados com bilhetes para o evento do passado dia 26 em homenagem a Luís Villas-Boas, teve a amabilidade de nos enviar uma bela foto da referida sessão.

Porque pretendemos publicar aqui uma fotoreportagem alusiva à mesma, agradecemos a todos os presentes que queiram partilhar as suas imagens connosco que as enviem para joaomoreirasantos@gmail.com

27 de março de 2007

O Jazz Segundo Villas-Boas"

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Chega em Abril às livrarias o primeiro livro sobre Luís Villas-Boas, o primeiro a dedicar-se ao Jazz em Portugal.

Parabéns, Luís Villas-Boas

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Da esqdª para a dtª: Eng.º Bernardo Moreira (Hot Clube), João Moreira dos Santos,
Prof. José-Augusto França e Dr. Manuel Rosa (Assírio & Alvim)

Chegaram-nos hoje, por cortesia de João Freire, as primeiras fotos do evento de homenagem a Luís Villas-Boas, que ontem tivemos a oportunidade de co-organizar no teatro São Luiz. Logo que possível aqui as publicaremos.

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26 de março de 2007

Villas-Boas no Público

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O jornal Público chama hoje à primeira página o evento de homenagem a Luís Villas-Boas que se realiza pelas 22h00 no teatro São Luiz, facto que desde já agradecemos ao seu director-adjunto, Nuno Pacheco.

25 de março de 2007

Jazz na Galeria LM

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Conforme tínhamos aqui anunciado, foi ontem inaugurada na galeria de arte contemporânea LM, em Sintra, a exposição "O Jazz visto por artistas modernos 1956-2007", que reúne cerca de 50 obras de vários artistas e estará patente até 23 de Abril.

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Esta mostra tem como objectivo evocar uma iniciativa idêntica organizada em 1956 pelo Hot clube de Portugal e a Galeria Pórtico, na qual participaram vários artistas plásticos como Vespeira, Manuel Cargaleiro, Lourdes Castro, Nuno San Payo, José Escada, João Hogan, José Luís Tinoco e Albertina Mântua.

Alguns destes estiveram ontem presentes, como é o caso de Nuno San Payo, José Luís Tinoco e Albertina Mântua:

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José Luís Tinoco ao pé de "A Cave", quadro dedicado a Villas-Boas


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A estes juntaram-se criadores mais jovens, como Damião Porto e Diogo Muñoz, que apresentam obras inéditas feitas para a exposição, que reúne também pinturas de colecções particulares.

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Damião Porto - "Genuínos do Jazz, Soprar se Estrelas", 2004

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Damião Porto - "Miles Davis, 1971", 2007

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Damião Porto - "Duke Ellington, 1966", 2007

Tão importante como as obras de arte foi a arte composta ao vivo pelo trio composto por João Mroeira (trompete), Filipe Melo (piano, em substituição de António José de Barros Veloso, impossibilitado de estar presente) e Bernardo Moreira (contrabaixo).

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Esta foi ainda a oportunidade para encontrar alguns amigos (que também são figuras históricas do Jazz em Portugal), como é o caso de Augusto Mayer e Maria Viana.

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A Galeria LM localiza-se em Sintra, na Rua Álvaro dos Reis, 47 em Chão de Meninos.

Fotografias por João Moreira dos Santos. Interdita qualquer reprodução ou utilização não autorizados pelo autor.

24 de março de 2007

António Macedo apresenta Parabéns a Luís Villas-Boas

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António Macedo será o apresentador do evento Parabéns, Luís Villas-Boas, que se realiza já no próximo dia 26 no Teatro São Luiz, ele que teve proximidade profissional e de amizade com o homenageado, sendo sua uma das entrevistas mais interessantes contidas no livro O Jazz Segundo Villas-Boas.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer ao jornal Expresso pela notícia que hoje publica na revista Actual sobre o referido evento.

23 de março de 2007

Jazz e pintura em exposição em Sintra

É inaugurada amanhã, pelas 17h00, na galeria de arte contemporânea LM, em Sintra, a exposição "O Jazz visto por artistas modernos 1956-2007", que reúne cerca de 50 obras de vários artistas e estará patente até 23 de Abril.

Esta mostra tem como objectivo evocar uma iniciativa idêntica organizada em 1956, como explicou ao JNPDI! Branislav Mihajlovic, Director Artístico:

"[A exposição] surgiu por minha estupidez... Eu sou estrangeiro, artista plástico - não sou galerista profissional - e quis fazer uma modesta colectiva com quatro participantes, só que dois deles, Nuno San Payo e José Luís Tinoco, lembraram-se de que existira algo semelhante no passado.

A partir dessa indicação encontrei-me com o facto de o Hot Clube de Portugal e a galeria Pórtico terem feito em 1956 uma iniciativa parecida. Os artistas foram então convidados a apresentar algo durante uma jam-session que foi feita no Hot Clube. Aliás, foi um concurso, concurso ganho pelo jovem pintor chamado Vespeira. O prémio foi uma noitada, uma entrada livre no Hot Clube em 1956 (risos). Na lista dos participantes dizia assim: Vespeira, Manuel Cargaleiro, Lourdes Castro, José Escada, João Hogan, José Luís Tinoco e tantos, tantos nomes e eu como estrangeiro entendi que essa foi uma exposição antológica e não podia fugir da responsabilidade de contactar os cinco artistas ainda vivos - Lourdes Castro, Tinoco, Sampaio, Cargaleiro e Albertina Mântua - e, claro, tentar chegar aos herdeiros dos já falecidos.

E assim, dessa ideia inocente, isso cresceu para ser uma exposição colectiva com 10 participantes e uma estrutura quase antológica. Claro que não conseguimos recriar a exposição de 1956, nem era nosso intuito. A nossa intenção era lembrar essa mostra".

Nesta exposição versão Século XXI participam Nuno San Payo, José Luís Tinoco e criadores mais jovens, como Damião Porto e Diogo Muñoz, que apresentam obras inéditas feitas para a exposição, que reúne também pinturas de colecções particulares.

Na inauguração toca o "Hot Club Trio", constituído por António José de Barros Veloso (piano), João Moreira (trompete) e Bernardo Moreira (contrabaixo), o qual terá lugar pelas 19h00.

A Galeria LM localiza-se em Sintra, na Rua Álvaro dos Reis, 47 em Chão de Meninos.

Quinteto de "luxo" em DVD de homenagem a Coltrane

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Saíu recentemente o 5.º volume da colecção JAZZ em DVD, a que JNPDI! se associou.

Tribute to John Coltrane - Live Under the Sky apresenta o concerto que juntou em palco, no Japão, Wayne Shorter (saxofone-soprano), Dave Liebman (saxofone-soprano), Richard Beirach (piano), Eddie Gomez (contrabaixo) e Jack De Johnette (bateria) para homenagear o saxofonista John Coltrane, corria o ano de 1987, ou seja, 20 anos depois da morte de Coltrane.

A base do evento é composta por cinco temas, explorados e reexplorados pelo quinteto: "Mr. P.C." (dedicado por Coltrane ao contrabaixista Paul Chambers), "After the Rain/Naima", "India" e "Impressions".

É precisamente o primeiro tema, "Mr P.C.", que propomos como aperitivo:



Este DVD está disponível nos quiosques e papelarias, contudo não é de fácil acesso, pois como já anteriormente explicámos a colecção foi pensada para assinantes, sendo limitado o número de exemplares enviado para distribuição avulsa ao público.

Para assinar a colecção ou obter mais informação basta clickar no banner no topo de JNPDI!

22 de março de 2007

E porque é Primavera...

Ouçamos Kenny Burrell - guitarrista que gravou, entre muitos outros, com John Coltrane - em "Spring Can Really Hang You Up The Most".




Claro que não se pode falar neste tema sem falar em Betty Carter... pelo que aconselhamos a audição neste link. E, como dizia o poeta, primeiro estranha-se, depois entranha-se.

É aproveitar!

Com JNPDI! em serviços reduzidos, devido à preparação do evento Parabéns, Luís Villas-Boas e ao lançamento do livro "O Jazz Segundo Villas-Boas", tempo apenas para deixar aqui duas sugestões para duas pechinchas.

Na livraria da Assírio e Alvim, na Rua Passos Manuel, à Estefânia, está à venda a autobiografia de Charles Mingus. Por apenas 3 euros conheça a vida deste génio do jazz.

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Já na FNAC de Cascais é o CD "Conquistador" de Cecil Taylor, uma masterpiece do jazz, que está à venda por 4,95 euros... O problema é que só por lá vi um...

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19 de março de 2007

Esgotado!

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Já não há bilhetes/convites para o evento Parabéns, Luís Villas-Boas.

Ao final da tarde de hoje a bilheteira do São Luiz esgotou a oferta.

JNPDI! também não tem mais para oferecer, pelo que pedimos aos leitores para não enviarem mais e-mails.

JazzTimes de Abril

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Wynton Marsalis faz a capa, motivada pelo seu mais recente Cd, que já se encontra no mercado nacional.

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From The Plantation To The Penitentiary é um registo com uma forte carga política, que Marsalis explica nos seguintes termos em entrevista a esta publicação:

JT: Let’s talk about this new project. It’s a very provocative statement. I’m sure these are thoughts that you’ve had swirling around for a long time.

WM: Every decade I try to do at least one piece that has that kind of social consciousness. In the ’80s I did Black Codes From the Underground and in the ’90s I did Blood on the Fields. And now there’s this one".

O manifesto ecológico de Betty Carter

Poucos tempo antes de morrer, Betty Carter e o seu trio levaram a palco um protesto contra o abate de árvores na Amazónia, aproveitando a presença no Festival Festivsal de Jazz de Nice, em 1998.

Em "Stop!! Don't cut down no more trees ...!!" tocam Bruce Flowers (piano), Neil Caine (contrabaixo) & Eric Harland (bateria).



Continuamos com Betty Carter, numa canção que apresentou quando do seu concerto em Lisboa, em 1990: "Droppin' Things".



E já que estamos com Betty Carter, aqui fica um clip do seu disco de 1996:


Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

18 de março de 2007

Garbarek regressa a Portugal em Novembro

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O saxofonista Jan Garbarek, um dos nossos preferidos, regressa a Portugal em Novembro, para dois concertos, um em Guimarães e outro em Lisboa.

São boas notícias como esta que gostamos de dar!

16 de março de 2007

Villas-Boas: bilhetes a partir de 19

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A partir do próximo dia 19 estarã o disponíveis na bilheteira do São Luiz Teatro Municipal, sem qualquer custo, os bilhetes/convite para o evento Parabéns, Luís Villas-Boas, do qual já por diversas vezes aqui falámos.

Neste evento será lançado o livro O Jazz Segundo Villas-Boas, da nossa autoria, seguido pela actuação de vários jazzmen e não só.
Cantam e tocam para Villas-Boas:

Aleixo Fernandes, Ana Paula Oliveira, André Sousa Machado, António José Barros Veloso, Bernardo Moreira (pai), Bernardo Moreira, Big Band do Hot Clube de Portugal, Carlos Martins, Carlos Menezes, Fernando Freitas da Silva, Fernando Tordo, Filipe Melo, Gualdino Barros, Ivo Mayer, João Braga, João Moreira, Justiniano Canelhas, Laurent Filipe, Manuel Jorge Veloso, Maria João e Mário Laginha, Maria Viana, Nuno Gonçalves, Paulo Gil, Pedro Moreira, Rão Kyao, Rodrigo Gonçalves e Rui Veloso.

JNPDI! oferece convites duplos aos primeiros 5 visitantes que nos enviem um e-mail (joaomoreirasantos@gmail.com).

15 de março de 2007

Oscar Peterson e Andre Previn

Dois grandes nomes da música dialogam e tocam em conjunto em torno do jazz e da arte de Oscar Peterson.















14 de março de 2007

Listen here!

Carmen McRae... ao vivo no Japão é de pôr os olhos em bico!



A propósito de Carmen McRae, um agradecimento muito especial ao nosso Dr. Jazz, o Dr. António José de Barros Veloso, pelo autógrafo que recentemente nos ofereceu desta cantora, que é uma das nossas favoritas desde há quase 20 anos, quase tantos como os que tem esta gravação vídeo, que data de 1988.


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O autógrafo, esse, foi "caçado" quando McRae actuou no Jazz Num Dia de Verão, em Julho de 1982.

12 de março de 2007

Sheila Jordan em entrevista ao AAJ

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Foi hoje publicada no site www.allaboutjazz.com a entrevista de fundo (são cerca de 50 perguntas e outras tantas respostas) que realizámos recentemente a Sheila Jordan, na qual esta original e criativa voz do jazz fala com alma sobre a sua carreira e a sua vida, marcada por vários problemas com droga e bebida, e sobretudo sobre as suas maiores paixões - cantar e ensinar - e o seu ídolo: Charlie Parker.

11 de março de 2007

Dois grandes senhores da guitarra

JNPDI! propõe hoje um vídeo com dois grandes nomes da guitarra que têm em comum não só o talento, mas também o facto de ambos terem tocado no trio de Oscar Peterson.

São eles Barney Kessel (já falecido e que tivemos oportunidade de conhecer em 1991 nos célebres e saudosos Cursos Projazz) e Herb Ellis.


Já agora, para os apreciadores de guitarra, deixamos aqui o link para o site Classic Jazz Guitar, no qual se encontram as biografias de quase todos os guitarristas que passaram pelo som da surpresa.

9 de março de 2007

Jason Moran ao quadrado!

O pianista Jason Moran realizou no passado dia 6 duas actuações dignas de registo e de que JNPDI! dá aqui conta em reportagem fotográfica, uma no CCB e outra no Hot Clube de Portugal.

No Centro Cultural de Belém, Moran provou por que é considerado um dos expoentes do piano da nova geração, como testemunha a crítica de António Rúbio, do Correio da Manhã:

"Moran assinou uma notável prestação, onde o clímax foi sempre o objectivo do pianista, que junta a tradição à linguagem mais moderna do jazz, com uma naturalidade impressionante. As atonalidades e dissonâncias que levaram aos extremos as improvisações, nunca chocaram pela forma natural como surgiram e pela sua segura técnica ao piano. Inspirado no vanguardista Jackie Byard, Moran, tocou temas do seu último CD, ‘Artist In Residence’, com relevo para «Arizona Landscape» e, claro, dois temas de Byard, um deles «Out Front». Foi uma noite inesquecível e brilhante de um dos melhores improvisadores do jazz moderno".

Para tornar a sua actuação ainda mais inesquecível, o pianista decidiu terminar o encore abandonado o palco por entre a plateia, subindo a escadaria e juntado-se ao público no foyer do grande auditório.

Foi precisamente aí que o encontrámos com o seu trio, com a nossa máquina fotográfica sempre a postos para captar momentos que não se repetem.

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O trio: Tarus Mateen (baixo), Nasheet Waits (bateria) e Jason Moran

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Jason Moran e José Duarte

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Jason Moran e Paulo Gil

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Jason Moran e o autor de JNPDI!

Entretanto irrompiam pelo foyer as promotoras ao serviço da divulgação de uma conhecida marca de chocolates belga e houve quem não resistisse a levar algumas guloseimas para "casa"...

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O melhor, talvez, ainda estava para vir. Convencidos por Paulo Gil e por nós, Jason Moran, Tarus Mateen e Nasheet Waits tinham por destino o Hot Clube, onde viriam a protagonizar um memorável medley de temas do cancioneiro do jazz.

No Hot clube tudo decorria com normalidade e de forma alheia ao que se passara no CCB. António José de Barros Veloso encontrava-se ao piano a tocar acompanhado pela harmónica de Gonçalo Sousa e por contrabaixo.

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Eis então que Jason Moran e o seu trio chegam ao Hot Clube e o pianista se instala no bar enquanto os outros músicos se misturam com a audiência. Não há lugar a vedetismos.

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Duas gerações de pianistas encontram-se então. De um lado António José de Barros Veloso, um dos pioneiros no piano jazz em Portugal, e de outro Jason Moran, um dos portadores da tocha do futuro deste género musical.

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O tempo passava e o público queria ouvir bom jazz. Tó Zé Veloso avança para o piano e invoca Duke Ellington com "Just Squeeze Me". Tarus Mateen aproxima-se, gosta do que ouve e incentiva quando o piano se silencia: "Keep on playing. I like that!" Estava instalado o cenário para uma excelente versão deste clássico.

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Nasheet Waits mandou vir as baquetas e em breve o trio debitava um swing contagiante, um momento único de bom jazz, feito no momento e por músicos que nunca antes tinham tocado juntos. Sem ensaios. Tudo flui como que combinado previamente. À melodia e aos solos sucedem-se os trade fours e depois novamente o tema, tudo perfeitamente oleado. Isto é Jazz e só é possível com bons músicos! Há quem apareça em páginas inteiras de jornais, publicamente apresentado como um dos grandes improvisadores do jazz em Portugal (porventura contra sua vontade, admitimos, contando com a benevolência do "jornalista"), mas a prova disso tira-se ainda e sempre em cima do velho palco da Praça da Alegria e aí é caso para perguntar onde estão nestas e noutras ocasiões esses talentos tão badalados ?

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Jason Moran tinha de tocar e pouco tempo resistiu, assumindo o piano no final do primeiro tema do improvisado trio. Foi então que ofereceu um fantástico meddley, enquanto a assistência via, ouvia e vibrava com o seu fulgor.

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E é assim... No Jazz tudo pode acontecer e de vez em quando acontece mesmo. É por isso que há quem lhe chame o "som da surpresa".

Ja agora, e pegando num post de Pacheco Pereira no seu Abrupto, este é o tipo de reportagem que jamais veremos na imprensa, cada vez mais arredada deste tipo de eventos e com dificuldade em inovar e surpreender pela positiva. Nada contra a imprensa. Antes pelo contrário, somos pela coexistência. Mas que é um facto é. O fenómeno dos blogs e a sua capacidade de cobrir a actualidade em tempo real e nos seus mais íntimos bastidores é surpreendente e ainda estamos apenas no começo. Quando em 2003 lançámos o JNPDI! nunca imaginámos estar um dia a publicar uma reportagem completa como esta.

Proibida a reprodução de todas as imagens sem autorização prévia.


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