30 de julho de 2004

Últimos Sacramentos para o Sacramento Jazz Bar

Chega amanhã ao fim o Sacramento Jazz Bar, um espaço que começava já a impôr-se na noite jazzística de Lisboa.

De acordo com Eduardo Lala, um dos mentores deste projecto, o encerramento fica a dever-se a «problemas de colaboração e funcionamento do espaço» que o Sacramento ocupa actualmente.

A única boa notícia é que os irmãos Lala não desistiram de levar por diante o seu projecto. «Visto o espaço ter funcionado artisticamente e o público ter aderido muito positivamente, pensamos em breve abrir num local autónomo», afirma a mesma fonte.

Amanhã, Sábado, decorre no Sacramento, por volta das 21h30, um beberete e às 23h00 te início uma Jam Session com muitos dos músicos que actuaram no Sacramento, entre outros.

Infelizmente, «Jazz No País do Improviso!» estará ocupado a investigar a história do jazz em Portugal, deslocando-se a Madrid, pelo que não poderá estar presente.

Aqui deixamos, contudo, um grande abraço para os irmãos Lala e votos de sucesso para o novo espaço, do qual daremos aqui notícia em primeira mão.

Brad Mehldau na Aula Magna é hoje!

«Jazz no País do Improviso!» vai, claro, marcar presença neste concerto único de Brad Mehldau em conversa solitária com o seu piano!

Aqui daremos posteriormente nota do que vimos e ouvimos.

26 de julho de 2004

Barbara Hendricks

«Jazz no País do Improviso!» foi assistir ao concerto de encerramento do Cool Jazz Fest, protagonizado por Barbara Hendricks e o quarteto de Magnus Lindgren.

Houve uma parte de nós que gostou do que viu e ouviu e houve uma parte que não gostou.

Passamos a explicar...

Hendricks não é nem pretende ser uma cantora de jazz. embora seja uma grande cantora, com uma grande voz. Sucede que se apresentou com um quarteto de jazz o que significa que raramente produziu swing ou foi capaz de aproveitar a base rítmica para projectar a música.

Ora foi justamente disto que não gostámos.

Mas gostámos, e muito, de Barbara Hendricks quando ela se libertou do quarteto e passou a dueto com o piano. Aí sim, a sua voz ganha a máxima expressão porque é para isso que ela está talhada. Foi neste contexto e especialmente com o repertório de Ellington (muito particularmente «Mood Indigo» e «Sophisticated Lady») e Gershwin («My Funny Valentine») que Hendricks brilhou e encantou.

No caso de Barbara Hendricks e atendendo ao seu registo vocal caracterizado pelos agudos, a escolha do repertório é muito importante e houve temas que claramente não se adaptaram.

Tirando isto, presenciámos uma lição de canto, embora não de canto jazz. E gostámos também de Magnus Lindgren.

Já agora uma nota para o Sr. Comandante responsável pela Cidadela de Cascais, onde decorreu o concerto: mande lá cortar as ervas que polvilham os caminhos e passeios. Assim, não só os soldados se entretêm com alguma coisa útil como se evita o ar desmazelado que não costuma caracterizar os quartéis.

25 de julho de 2004

Nova série Rudy Van Gelder

A editora Blue Note lança neste Verão mais um conjunto de discos da série Rudy Van Gelder, remasterizados com a tecnologia 24 bits.

Para quem não sabe, Van Gelder foi o engenheiro de som responsável pelos grandes clássicos desta editora.

A vantagem destas reedições reside não só na melhor qualidade de som, mas também nas faixas extra e nas novas fotografias que acompanham cada CD.

As edições previstas e que deverão chegar a Portugal em breve são:

Dexter Gordon - Doin' Alright

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Andrew Hill - Black Fire

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Freddie Hubbard - The Night Of The Cookers

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Lee Morgan - The Sixth Sense

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Horace Silver - Serenade To a Soul Sister

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Jimmy Smith - Home Cookin'

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Art Blakey - Buhaina's Delight

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Dexter Gordon - Home Calling

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Joe Henderson - Inner Urge

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Freddie Hubbard - Breaking Point

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Jackie McLean - Action

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Blue Mitchell - The Thing To Do

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Informação sobre estes discos e a totalidade do catálogo RVG pode ser encontrado em: http://www.bluenote.com/rvg_promo.asp

23 de julho de 2004

James Williams e Illinois Jacquet deixam o jazz mais pobre

Depois de Elvin Jones e Steve Lacy, chegou agora a vez de partirem o pianista James Williams e o saxofonista Illinois Jacquet.

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Nascido em 1951, em Memphis, James Williams faleceu no passado dia 21 de Julho, aos 53 anos, vítima de doença hepática.

A sua carreira profissional começou cedo, aos 13 anos, na soul music e no gospel, passando depois a tocar com músicos como George Coleman, Thad Jones e Richard Davis.

Com pouco mais de 20 anos, Williams já ensinava na prestigiada Berklee School of Music, em Boston... passando a tocar regularmente com Alan Dawson, Woody Shaw, Joe Henderson, Milt Jackson e Art Farmer.

O período mais importante da sua carreira ocorreu, porém, com o ingresso nos Jazz Messengers, de Art Blakey, grupo em que militou entre 1977 e 1981 e para o qual contribuíu com alguns temas originais.

Em 1987, Williams, Blakey e Ray Brown formaram o Magical Trio, tendo gravado o fabuloso MAgical Trio 1.

Illinois Jacquet

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Illinois Jacquet faleceu no passado dia 22 de Julho, aos 81 anos, em NYC, vítima de paragem cardíaca.

Jean-Baptiste Jacquet era oriundo do Texas, onde nasceu no ano de 1922, e alcançou notoriedade graças à sua presença nas orquestras de Lionel Hampton (onde ocupou lugar de destacada importância), Cab Calloway e Count Basie. Illinois Jacquet participou também activamente nos célebres concertos Jazz At The Philharmonic (em 1944, 1947 e 1955), sendo possível ouvir algumas gravações da sua participação neste evento.

A partir de meados dos anos 40 o saxofonista começou a liderar os seus próprios combos, com J.J. Johnson, Cecil Payne e Wild Bill Davis.

Jacquet ajudou ainda a expandir o registo harmónico do saxofone tenor, aumentando o seu alcance em duas oitavas e meia... e desenovendo um estilo que a crítica denominou de "honking".

Illinois Jacquet ficou famoso com o seu solo de 64 compassos gravado no tema que deu o nome ao disco "Flying Home", de Lionel Hampton, o qual ficou conhecido como o primeiro solo de rhythm and blues.

Os discos mais interessantes de Jacquet são Bottoms Up (1968), The Blues: That?s Me! (1969) e The Comeback (1971).

Em 1991, Jacquet foi objecto de um documentário: The Illinois Jacquet Story.

22 de julho de 2004

Semana musical no Sacramento

Aqui fica a programação para os adeptos do Sacramento Jazz Bar, um espaço de excepção no Chiado.


Quinta-Feira, 22 de Julho às 23h00


SARA´S MIX
Sara Belo - Voz
Miguel Barrosa - Guitarra
Hugo Antunes - Contrabaixo
Tiago Angelino - Bateria

Sara Belo é uma cantora com imensas influências. A sua formação na música clássica, a sua experiência como actriz e como cantora de diversas "músicas" dão à interpretação dos standards de jazz um cariz muito próprio. Será acompanhada por três irrepreensíveis músicos formados pela Escola de Jazz do Hot Club, seus companheiros em diversos concertos. Neste, o repertório será muito variado, desde o jazz à música brasileira, passando pelo pop e até alguns temas originais.

Contará ainda com a participação de alguns convidados especiais.

Sexta-Feira, 23 de Julho às 23h00

MOI NON PLUS
Ian Mucznik - voz
Catherine Morisseau - piano
Nuno Reis - Trompete

La Musique française, le Swing et la Java

Projecto luso-francês bem humorado, que recria a música urbana francesa, aproximando o ouvinte dos ambientes parisienses dos anos quarenta e cinquenta. Revisita grandes autores e compositores, tais como Boris Vian, Serge Gainsbourg, Charles Trenet, Jacques Dutronc...
Recria o ambiente das caves de Paris, onde estes cantautores traziam a lume uma música plena de sentido e originalidade, dotada de letras mordazes, de crítica social, chansons comiques, exercício da ironia e do (bom) humor negro.

Sábados, 24 de Julho às 23h00

"The Sacramento Jam Session"

Com

Trio Paulo Bandeira
Rui Caetano - Piano
Damien Cabaud - Contrabaixo
Paulo Bandeira - Bateria

JAM Session deriva de Jazz After Midnight, consagrada para identificar a reunião de músicos, fora da hora dos seus trabalhos, para tocar e improvisar temas conhecidos.

?The Sacramento Jam Session? baseia-se nas tradicionais Jam Sessions onde os músicos tocam por puro prazer oferecendo uma excelente oportunidade de intercâmbio e aprimoramento do Jazz. O Sacramento Bar propõe um espectáculo de interacção entre artistas e espectadores de forma informal e divertida.


Terças-feiras, 27 de Julho às 22h00

Ópera e Musicais no Sacramento
Cláudia Baião - Soprano
Pessoa Júnior - Tenor
Abel Chaves - Pianista

Ultima noite de canto lírico no Sacramento.

?A não perder um espectáculo onde o publico é interveniente e onde as árias e os musicais mais famosos são cantados e representados de forma divertida e espontânea fazendo lembrar um serão familiar a volta de um piano.

As conhecidas Canções Napolitanas como Sole Mio, Santa Lúcia ou Giá la luna. Os inesquecíveis musicais West Side Story, Cats, Fantasma da Opera, Os Miseráveis, Miss Saigon?, o glamour da Opera e a festa do Musical.

Ultima actuação no Sacramento Bar (27 de Julho às 22h00)

Quarta-Feira, 28 de Julho às 23h00

QUARTETO RITA MARTINS
Rita Martins - Voz
Júlio Resende - Piano
João Custódio - Contrabaixo
João Rijo - Bateria

Rita Martins apresenta um repertório de ?standarts? onde se evidenciam as suas qualidades interpretativas e as suas potencialidades na improvisação.

Quinta-Feira, 29 de Julho às 23h00

LETÍCIA VASCONCELLOS
Letícia Vasconcellos - Voz
Cláudio Kumar - Guitarra
Markus Britto - Baixo
João di Sabato - Bateria

Os maiores êxitos da Musica Popular Brasileira interpretados pela voz de Letícia Vasconcellos que, actriz consumada e bailarina inata, apresenta um espectáculo que vem merecendo a preferência do público da Música Popular Brasileira.

Canta compositores como Tom Jobim, Vinicius de Morais, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Pixinguinha, Ari barroso, Jorge bem, entre outros.

Sexta-Feira, 30 de Julho às 23h00

SPiLL
Marta Hugon - Voz
André Fernandes - Guitarras e Samples
André Sousa Machado - Bateria e Bateria electrónica
João Gomes - Teclados
Miguel Amado - Baixo

Os sPiLL são um grupo que toca outro tipo de música que faz parte do universo do guitarrista André Fernandes. O som do grupo é difícil de descrever porque embora seja construído com base em ritmos da chamada música electrónica como o drum´n´bass ou o dub, aqui é tocado por pessoas e não máquinas, e assenta em conceitos de composição que vêm duma longa experiência com música improvisada e acústica, nomeadamente o Jazz.

Os sPiLL já tocaram para lotação esgotada no emblemático Hot Clube, no Pequeno Auditório do CCB, no Festival de Jazz de Valado dos Frades e no Festival de Rock de Paredes de Coura 2003.

O jornalista João Fernandes apelidou os sPiLL de ?a banda sonora da noite lisboeta?.

Sábados, 31 de Julho às 23h00

THE SACRAMENTO JAM SESSION

Lá vi Coltrane

Pois é, no âmbito do Cool Jazz Fest lá fui ontem ver Coltrane, Ravi Coltrane, filho de John e Alice Coltrane.

E sobre este concerto/festival há a dizer bem e mal.

Comecemos pelo lado positivo:

Excelente secção rítmica, potenciada pela presença do baterista Billy Hart (uma autêntica fera!) e do contrabaixista Lonnie Plaxico (infelizmente mal amplificado e dificilmente audível). Quanto ao pianista ignoramos o nome, mas já lá iremos...

Ravi Coltrane tocou muito bem, evidenciando técnica e imaginação, e apresentou um conjunto de originais com algum interesse. Esteve globalmente bem e não deixou de ser curiosa a sua interpretação de "Round Midnight".

O local do concerto, a Casa da Pesca, ofereceu um cenário oitocentista de uma rara beleza e onde dificilmente o jazz entra noutras ocasiões. Enquadrado por uma cascata (infelizmente desactivada), por uma escadaria ladeada por azulejos e por um grande lago artificial, este idioma musical ganhou prestígio e dignidade.

Vamos ao lado negativo:

O longo percurso que o público foi obrigado a efectuar desde a bilheteira até ao local do concerto, ainda que agradavelmente atravessando a estação agrónoma de Oeiras, proporcionando o odor do gado.

O lamentável atraso de meia hora que marcou a entrada dos músicos em palco, valendo protestos gritados em alta voz por alguns dos presentes e a ameaça de reclamação do dinheiro do bilhete por outros.

A inexplicável ausência de um programa que anunciasse os músicos. Fica a ideia de que este Festival foi concebido à laia de festival de rock, em que apenas conta o nome dos líderes das bandas, quando no jazz não é nem pode ser assim. Aliás, foi para todos uma enorme (e muito agradável) surpresa o nome dos acompanhantes de Ravi Coltrane, só anunciados pelo próprio no início do espectáculo e nunca no material promocional do evento. Devido a esta falha, indesculpável face ao valor dos bilhetes..., não nos foi possível perceber o nome do pianista.

Fica a pergunta se este procedimento será moda em algumas produções, já que também no concerto da Orquestra de Count Basie, realizado no CCB um dia antes, não foi proporcionado qualquer programa...

Aqui fica, pois, um conselho a ambas as organizações: no jazz os improvisos são em cima do palco, não na produção!

20 de julho de 2004

Count Basie merecia

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Count Basie merecia o concerto que assinalou hoje à noite no CCB os 100 anos do seu nascimento e tudo o que se lá passou:

- sala cheia, como há muito não se via;
- público de todas as idades, dos 20 aos 80's (ou mesmo mais);
- público vibrante e que conhecia os temas;
- público que soube aplaudir em pé o maestro e a orquestra;
- público que prova que o jazz está vivo apesar das suas grandes lendas já não;
- orquestra magnífica com solistas virtuosos;
- secção rítmica impulsionada diabolicamente pela bateria e pelo contrabaixo;
- temas bem escolhidos, incluindo alguns dos melhores de Neal Hefti;
- músicos a tocar com alegria em palco e com vontade de agradar ao público e fazer do concerto um momento também de diversão.

«Jazz no País do Improviso!» teve ainda oportunidade de falar com o maestro Bill Hughes no final do concerto (cortesia da organização), tendo comentado que a orquezstra de Basie tocou em Portugal pela primeira vez em 1956 e não em 1954. Nessa altura, Bill Hughes tocava trombone baixo.

Esta pequena entrevista será utilizada no livro sobre a história do jazz em Portugal.

Apollo Theater celebra 70 anos com DVD

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A herança musical do Apollo Theater foi comemorada em Março passado e será editada em DVD já em Setembro. Nesta gala participaram músicos, bailarinos e actores como Branford Marsalis, Harry Connick Jr. e Herbie Hancock, Natalie Cole, Bob Dylan, Vivica A. Fox e Denzel Washington.

Localizado em HArlem, o Apollo Theater é considerado, desde 1983, um marco de NYC e dos EUA, tendo sido o palco em que emergiram talentos como Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald e em que actuaram as grandes lendas do bebop. Fora do jazz, o Apollo viu debutar James Brown e Michael Jackson.

Aqui fica uma lista dos temas/artistas que compõem o DVD: «Apollo At 70: A Hot Night In Harlem»

Natalie Cole - Something's Got A Hold On Me
Ashanti - I'll Take You There/Rock Steady
Patti LaBelle - You'll Never Walk Alone/Over The Rainbow
Bob Dylan - A Change Is Gonna Come
Brian McKnight - Let's Get It On/Unforgettable/Overjoyed
Gerald Levert - Try A Little Tenderness
Willie Nelson - I Can't Stop Loving You
James Ingram - In The Heat Of The Night
Angie Stone - Neither One Of Us
Anthony Hamilton & Angie Stone - Love And Happiness
Tito Puente, Jr. - Oye Como Va
Arturo Sandoval with Herbie Hancock - Mack The Knife
Harry Connick, Jr. - Caravan
Harry Connick, Jr. with Herbie Hancock & Branford Marsalis - I Got It Bad And That Ain't Good
Patti Austin with Herbie Hancock - How High The Moon
MC Lyte & DJ-K-Rock - Ruffneck
Slick Rick, Doug E. Fresh, Hype Man, Lil' Vicious, Chill Will & Barry Dee - La-Di-Da Di/The Show
Donnie McClurkin with Andrea Mellini, Sherry McGhee, Olivia McClurkin & Ayanna George - I Call You
Holy Fred Hammond with Pam Kenyon McDonald, Davey Hammond, Adrian Smith & Eugenia Newman - He Lives
Yolanda Adams with The Abyssinian Baptist Choir - How I Got Over
Shirley Caesar with The Abyssinian Baptist Choir - Sweeping Through The City

BONUS PERFORMANCES:

Brian McKnight - Back At One
Brian McKnight & Gerald Levert - Papa Was A Rolling Stone
Patti Austin with Brian McKnight & Gerald Levert - What's Going On
Gerald Levert, Patti Austin & Brian McKnight - I Can't Help Myself
MC Lyte - Cha Cha Cha
Cassidy - Hotel
Doug E. Fresh & Slick Rick - The Show

[na foto: antevisão do Apollo após o término do processo de restauração em curso]

16 de julho de 2004

Brad Mehldau a solo na Aula Magna

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Ao que «Jazz no País do Improviso!» apurou em primeira mão nos bastidores do jazz, prepara-se para o final de Julho (dia 30?) um concerto a solo do pianista Brad Mehldau.

Entretanto, e para quem quiser expôr-se à obra deste fiel seguidor de Bill Evans, relembramos que a FNAC do Chiado continua a vender alguns dos seus discos a 7,98 euros.

O site deste pianista é: http://www.bradmehldau.com/mehldau/

Diana Krall for all

De acordo com uma notícia da Agência Lusa, Diana Krall, que em Abril viu o seu CD entrar directamente para a primeira posição da lista de vendas, actua no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, dias 30 de Setembro e 01 de Outubro.

O concerto irá basear-se no seu mais recente CD, "The Girl In The Other Room", que atingiu já o galardão de "Disco de Ouro" em Portugal e combina canções escritas pela cantora em conjunto com o marido, Elvis Costello, com adaptações de músicas de Tom Waits, Mose Allison e Joni Mitchell.

A cantora e pianista actuou pela primeira vez em Portugal no Festival Estoril Jazz, em Cascais, em 1996.

Lusa/Fim

Jazz medalhado!

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Duarte Mendonça recebeu hoje, em "representação do jazz", a medalha de mérito cultural.

Esta homenagem foi conferida pelo Ministro da Cultura e celebra os 30 anos de DM como produtor de jazz em Portugal.

Curioso é que outro dos homenageados na mesma sessão foi o Maestro Ivo Cruz. Ou seja, jazz e música clássica aclamados no mesmo dia e de mão dada, já que DM e Ivo Cruz são amigos de longa data.

É obra!

«Jazz no País do Improviso!» dá os parabéns a DM e orgulha-se de ter participado activamente na comemoração destes 30 anos e neste acto em particular.

15 de julho de 2004

Embora lá?

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Hoje e amanhã, Filpe Melo (piano), Marta Hugon (voz), Bruno Santos (guitarra) e Bernardo Moreira (contrabaixo) tocam no nosso bem conhecido Hot Club de Portugal.

São 3 jazzmen + 1 jazzwoman do melhor que há em Portugal e que não olham a meios para evoluir sempre.

Embora lá ver no que dá?

13 de julho de 2004

Maré de jazz em Lagos

Está aí à porta a terceira edição do Lagos Jazz, que a organização considera a melhor de sempre.

O Lagos Jazz decorre entre 11 e 15 de Agosto com concertos no auditório do Centro Cultural, na rua, um workshop, uma conferência e as já famosas jam sessions!

De 11 a 14 de Agosto, cerca das 18h00, a New Orleans Jazz Band apresenta os seus contagiantes ritmos pelas ruas da cidade. Ou seja, uma hora de puro divertimento com o Jazz dito Tradicional a sair das portas do Centro Cultural. Ainda de 11 a14 de Agosto há outra actividade parela para a qual todos estão convidados: Jam Sessions! Decorrerão no Stevie Rays Blues Jazz Bar e estarão abertas a público e músicos, logo aseguir aos concertos.

A 11 de Agosto, o Lagos Jazz abre com José Duarte a apresentar "O Jazz no Séc. XXI". Uma palestra com audição de CD's e entrada gratuita. Seguem-se os The Good Times Jazz Band, que apresentam, no pátio do Centro Cultural, temas de "dixieland" ao bom estilo dos anos 20. Logo de seguida, já no auditório do Centro Cultural, teremos a apresentação em concerto dos músicos/professores do workshop: Hugo Alves (trompete), Mário Delgado (guitarra), Paulo Gomes (piano), Rodrigo Monteiro (contrabaixo), Michael Lauren (bateria).

A 12 de Agosto é o regresso de uma grande formação ao Lagos Jazz e a presença de uma grande voz do jazz português: a Orquestra de Jorge Costa Pinto a minha querida amiga Maria Viana. Os ecos da sua actuação no Funchal são os melhores!

A 13 de Agosto, sobe ao palco um quinteto de origem americana que dispensa apresentações: Randy Brecker & Bill Evans NY Soulbop band. Este é um projecto enraizado no Jazz-Rock e que ainda na semana passada se apresentou no Estoril Jazz, com elevado sucesso.

Dia 14 de Agosto é novamente dedicado ao jazz português, que volta a estar representado pelos TGB trio, constituído por Alexandre Frazão (bateria), Mário Delgado (guitarra) e Sérgio Carolino (tuba).

A 15 de Agosto, o último dia do Lagos Jazz e nem por isso menos importante, é a vez do workshop mostrar os resultados, com os combos resultantes da workshop e ainda o combo de Big Band (sim! Big Band!), a subirem ao palco, ao que se segue a entrega de diplomas em presença de representantes da Câmara Municipal de Lagos e de todo o corpo docente.

A direcção artística do festival é do trompetista Hugo Alves, sempre a dinamizar o jazz.

Já agora uma nota positiva para o preço dos bilhetes, suficiente para democratizar o acesso.

A comunidade não gostou!

Não, não me refiro ao novo Primeiro-Ministro improvisado... mas a um artigo humorístico publicado na mais recente edição do suplemento "Inimigo Público" e que dá pelo título de 'Jazzoologia".

A comunidade do Jazz não gostou e está com os nervos em franja. Trocam-se faxes com o dito artigo, comenta-se com indignação «já leste aquilo?», brama-se contra o autor, preparam-se cartas ao Director do jornal.

«Jazz no País do Improviso!» não ficou chocado. Desde que ouviu que Santana Lopes ia ser Primeiro-Ministro que qualquer outra tentativa de humor ou qualquer anedota se tornou inofensiva e sem graça!

10 de julho de 2004

JAPP no Estoril Jazz!

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Tudo o que é bom acaba e amanhã chega ao fim mais um Estoril Jazz. E chega ao fim em grande, com mais um Jazz At Palmela Park.

Baseado nos célebres concertos Jazz At The Philharmonic ? conceito criado nos anos 40 pelo empresário Norman Granz ? o Jazz At Palmela Park tem sido ao longo dos anos uma fórmula de sucesso no Estoril Jazz, proporcionando alguns dos melhores momentos musicais deste Festival.

A ideia é simples: juntar num mesmo palco músicos consagrados que nunca antes tocaram juntos, tudo isto sem ensaio prévio e sem pautas, no espírito de uma verdadeira jam-session de estrelas. Na edição deste ano coube a Lewis Nash, baterista de reconhecidos méritos, seleccionar os músicos, tendo optado por alguns dos melhores jazzmen da cena internacional.

Este é, pois, um concerto único e definitivamente a não perder!

Vincent Herring

Vincent Herring é um saxofonista alto e soprano que se notabilizou ao lado de Nat Adderley e lembra sonoramente o irmão deste, o genial Julian ?Cannonball? Adderley.

Natural do Kentucky, que o viu nascer em 1964, Herring cresceu musicalmente na Caifórnia, vindo a aportar em Nova Iorque, cidade em que tocou ao lado de músicos consagrados como o vibrafonista Lionel Hampton, o saxofonista David Murray, o pianista e compositor Horace Silver e o lendário Art Blakey.

Entre 1987 e 1993, Vincent Herring integrou o combo de Nat Adderley, começando posteriormente a liderar as suas próprias formações musicais. Discograficamente, Herring iniciou a sua carreira em 1986, tendo gravado vários registos para as editoras Landmark, Music Masters e High Note.

Eric Alexander

Eric Alexander é um jovem saxofonista tenor que tem no hard-bop a sua morada e em Dexter Gordon e George Coleman os principais senhorios das suas influências musicais e sonoras.

Nascido em 1968, no Estado do Illinois, Alexander tem vindo a crescer musicalmente ano após ano, possuindo uma sólida formação musical, que inclui passagens pela Universidade de Indiana e pelo William Paterson College (Nova Iorque).

A carreira de Alexander iniciou-se em Chicago, com Charles Earland, ganhando maior visibilidade e projecção com a conquista do segundo lugar no concurso de saxofone promovido pelo Thelonious Monk Institute, logo atrás de Joshua Redman. Para além de Earland, Alexander tocou também com Mel Rhyne, Cecil Payne, Kenny Barron e Eddie Henderson.

Discograficamente, tudo começou em 1992, com o primeiro registo grasvado para a editora Criss Cross: «New York Calling».

Lew Sollof

Lew Soloff é um instrumentista especializado em agudos e na utilização da surdina, sendo frequentemente requisitado para tocar no ambiente das big bands.

Nascido em Nova Iorque, em 1944, Soloff estudou na famosa Juillard College of Music (célebre por aí ter passado como estudante o lendário Miles Davis), daí transitando para os combos de Maynard Ferguson, Joe Henderson e Clark Terry.

Após uma temporada com a banda Blood Sweat and Tears (1968-1973), o trompetista iniciou uma longa colaboração com Gil Evans e tocou com a George Gruntz?s Concert Jazz Band, o Manhattan Jazz Quintet, Carla Bley e Ray Anderson.

Discograficamente, Soloff não tem sido propriamente um grande criador, somando porém alguns bons registos desde o primeiro álbum gravado em 1983, nomeadamente «Speak Low», editado em 1987 pela Projazz.

Wycliffe Gordon

Tal como sucedeu na edição anterior do Estoril Jazz, com a presença de Steve Turre, Wycliffe Gordon vale por si só a presença neste concerto.
É que Gordon é um caso sério e de sucesso que rompe com a escassez de novos talentos de que este instrumento foi vítima nos últimos anos.

Músico da escola de Wynton Marsalis, com quem tocou, Gordon alcançou maior visibilidade a partir da sua colaboração com a Lincoln Center Jazz Orchestra e distingue-se por uma sonoridade que ecoa tradição, técnica e alma e remete claramente para o ambiente Ellingtoniano.

Gordon tem tido a oportunidade de tocar com alguns dos mais conceituados jazzmen, nomeadamente Dizzy Gillespie, Joe Henderson, Branford Marsalis, Lionel Hampton, Tommy Flanagan e Shirley Horn.
Influenciado por Armstrong, J.J. Johnson e Jack Teagarden, Wycliffe iniciou a sua carreira discográfica em 1996, com o álbum «Bone Structure», tendo vindo a produzir múltiplas obras ano após ano para as editoras Nagel-Heyer e Criss Cross.

Bill Cunliffe

Bill Cunliffe é um dos mais promissores pianistas de Los Angeles e tem ultimamente vindo a merecer a atenção da crítica mundial do jazz graças às suas inovadoras composições e ao swing que emana dos seus discos, pelo que conta já com uma nomeação para os Grammy.

Nascido em 1956, Cunliffe tem navegado por vários ambientes musicais, desde a banda de fusão Porcpine, até colaborações com Nathalie Cole e com a Clayton-Hamilton Jazz Orchestra e o Clayton Brothers Quartet.

Peter Washington

Peter Washington é definitivamente um dos melhores contrabaixistas da nova geração, ou não tivesse passado pela ?escola? de Art Blakey e tocado com músicos como Tommy Flanagan.

Senhor de um som forte e cheio, Washington é um verdadeiro guardião do tempo e da tradição de bem tocar contrabaixo, ombreando com outros talentosos instrumentistas, como Reginald Veal, Robert Hurst, Cecil McBride ou John Clayton.

Lewis Nash

São mais de 200 os discos já gravados por Lewis Nash... o que diz muito da sua credibilidade e das suas qualidades como instrumentista.
Nascido em 1958, em Phoenix, no Arizona, Nash mudou-se para Nova Iorque em 1981 e com apenas 23 anos abriu-se-lhe desde logo a oportunidade de tocar com Betty Carter, o que não só lhe deu visibilidade como também uma importante experiência e consistência musical.

Seria porém a sua associação ao pianista Tommy Flanagan que lhe traria o reconhecimento de que goza hoje entre o público e os jazzmen em geral. Curiosamente, tal como neste JAPP, Nash tinha então como parceiro no contrabaixo o talentoso Peter Washington. Este trio produziu vários registos de excepção nos anos 90, nomeadamente «Sea Changes», «Lady Be Good... For Ella» e «Live at the Village Vanguard».

A lista dos músicos com quem Nash já tocou é infindável e inclui um verdedeiro «Quem é Quem do Jazz»: Sonny Rollins, Wynton Kmarsalis, McCoy Tyner, Oscar Peterson ou Horace Silver...

[foto: Wycliffe Gordon]

Em directo do Estoril Jazz!

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Associando-se aos 15 anos do Estoril Jazz, o mais emblemático festival de Jazz em Portugal, a Rádio Renascença vai emitir em directo do Parque Palmela, já amanhã.

Com efeito, o Programa SOCIEDADE DO CONHECIMENTO (de Paulo Sérgio, Luís Osório e Daniel Sampaio) será emitido a partir do palco do Estoril Jazz, entre as 14h00 e as 15h00, podendo o público assistir ao vivo. O programa contará com a actuação de músicos que participam no concerto desse dia, o JAPP.

As portas do Estoril Jazz vão abrir às 13h00 e os primeiros 50 ouvintes que chegarem ao auditório do Parque Palmela recebem um bilhete para o concerto de encerramento do festival, que vai acontecer no mesmo dia às 19h00.

Sociedade do Conhecimento: em busca do lado brilhante da Humanidade!

(O Parque Palmela fica junto à Estrada Marginal, EN 6, adjacente ao antigo Hotel Estoril Sol: entre as estações da CP do Monte Estoril e de Cascais)

Presenças:

Paulo Sérgio - autor e apresentador do programa

Daniel Sampaio - colaborador fixo

Luís Osório - colaborador fixo

Duarte Mendonça - director do festival

João Moreira dos Santos - Investigador da história do Jazz em Portugal


Entretanto, e para efeitos históricos, aqui fica a nota de que esta é a primeira vez que um programa de rádio visita um festival de jazz em Portugal.

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9 de julho de 2004

Hoje é dia de funky e de fusão no Estoril Jazz!

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Depois de na noite de ontem Branford Marsalis ter esgotado o Parque Palmela e tocado perante uma audiência de cerca de 900 pessoas, sobe hoje ao palco o grupo Soulbop, do trompetista Randy Brecker e do saxofonista Bill Evans.

Este projecto, formado em 2003, volta este ano à Europa, muito por ?exigência? do público, o qual o tem recebido com grande entusiasmo, e da crítica, que o classifica como intérprete de um jazz de alta voltagem!

Individualmente, Randy Brecker e Bill Evans dispensam apresentações. O primeiro é um reputado trompetista, que tocou com Horace Silver e com as orquestras de Clark Terry, Thad Jones/Mel Lewis ou Joe Henderson. O segundo é um saxofonista que com apenas 22 anos já tocava ao lado de Miles Davis...

Aliás, sobre ele disse Davis à revista People: "Bill Evans é um dos maiores músicos que já conheci. Ele e o Gil Evans. Deve haver algo com esses Evans; deve ser uma raça?.

Com Brecker e Evans vêm o guitarrista Hiram Bullock (nativo das terras do funky e da fusão e ex. aluno de Pat Metheny), o pianista Dave Kikoshi (que causou grande sensação no Estoril Jazz de 2001), o baixista Victor Bailey (também ele nativo do funky e da fusão) e o baterista Steve Smith (que já tocou com Jean-Luc Ponty, Ahamad Jamal e os grupos Journey e Steps Ahead). Ou seja, um verdadeiro cocktail de influências e ritmos, capaz de ?incendiar? as noites do Estoril Jazz.

Sem um registo discográfico ainda disponível no mercado, esta banda interpreta sobretudo uma mescla de temas dos discos 34 N-Lex, de Randy Brecker, e Big Fun, de Bill Evans.

8 de julho de 2004

Não contem a ninguém...

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Hoje «Jazz no País do Improviso!» vai em missão de Relações Públicas passear Branford Marsalis por Cascais.

Se algum dos leitores deste blog estiver pela FNAC do CascaisShopping poderá encontrá-lo lá por volta das 16h00, já que vamos visitar a exposição de fotografia dos 30 anos de Produção de Jazz por Duarte Mendonça, em que Branford e o irmão Wynton são uns dos protagonistas (tocaram no Cascais Jazz 1983).

O resto é o normal... Cabo da Roca, Boca do Inferno, Guincho.

Sob o signo de Marsalis

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Hoje é o dia mais esperado no Estoril Jazz 2004. Sobe ao palco Branford Marsalis, inquestionavelmente um dos expoentes máximos do saxofone tenor e soprano e, claramente, um dos cabeças de cartaz desta edição do Estoril Jazz, não só pelo seu talento mas porque há mais de 10 anos que não pisava os palcos nacionais.

Pelos dados recolhidos, prevê-se uma enchente no Parque Palmela, à semelhança do que sucedeu com Wayne Shorter! Para tal contribui também o naipe de músicos que acompanham Marsalis, especialmente o autêntico mago da bateria que é Jeff 'tain' Watts.

Primogénito de uma irmandade de músicos de excepção, Branford tem sido, tal como o seu irmão Wynton, um paladino da evolução do jazz, mas sempre no âmbito da tradição deste género musical, partindo daí para forjar novos e modernos conceitos e para navegar na área do neo-bop e do hip-hop.

Igualmente preocupado com a interpretação instrumental e com a musicalidade, o saxofonista principiou a sua aprendizagem na Southern University e na conceituada Berklee, prosseguindo os seus estudos com uma verdadeira pós-graduação na ?universidade? de Art Blakey.

Inicialmente integrado na Big Band deste lendário baterista, Branford percorreu os principais palcos da Europa. Em 1981, o saxofonista integrou os Jazz Messengers, substituindo Bobby Watson, não sem antes ter passado uma temporada ao lado de Clark Terry. No ano seguinte, em 1982, Branford juntou-se ao grupo de Wynton Marsalis e realizou uma nova digressão europeia que, desta feita, passou também pelo Cascais Jazz (Salesianos, 1983).

Influenciado por Wayne Shorter, mas sempre aberto a várias sonoridades, em 1983 Branford realizou uma digressão com os V.S.O.P. de Herbie Hancock e em 1984 gravou Decoy com Miles Davis. Os anos de 1985-86, trouxeram uma temporária mudança de rumo, levando Branford a gravar The Dream on the Blue Turtle, com Sting, músico com o qual correu o mundo e obteve maior notoriedade para si e para o jazz.

Em 1986, Branford surgiu como líder do seu próprio combo, três anos depois de ter gravado o seu primeiro projecto discográfico, Scenes in the City (1983). Deste então, gravou inúmeros registos para a Columbia, incluindo os consagrados Trio Jeepy (1988) e Creation (2001).

7 de julho de 2004

Grande Kenny

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Hoje foi um dia em cheio com os preparativos para o concerto do Kenny Garrett e o acompanhamento da imprensa.

Não foi tarefa fácil porque o road manager, que mais parecia um porteiro de discoteca, forte e bruto, não facilitava: no photos, no interviews, no videotaping, no nothing!

Mas enfim, à boa portuguesa lá se desenrascou uma entrevista para a RTP, para o Público e para a All Jazz e o «Jazz no País do Improviso!».

Só não correu bem a gravação do concerto pela produção já que o dito senhor resolveu aparecer por perto da mesa de mistura e confiscou a fita...

De resto, Garrett é uma personagem simpática e bem humorada e sempre ficámos a saber algumas coisas interessantes:

1 - Se não fosse músico teria sido linguista
2 - Anda a aprender Japonês e Coreano
3 - Sabe tocar piano e já deu um concerto a solo

Em breve publicaremos aqui excertos da entrevista.

O concerto esse foi naturalmente muito bom e tudo acabou backstage, com Garrett a tocar para nós num velho piano.

Acontece aos melhores!

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Vinha o Branford Marsalis equipado com tacos para ir jogar golf e nada feito.

A bagagem perdeu-se, os tacos idem idem e o golf já era.

Em vez disso o saxofonista passou o dia nas compras para ter o que vestir.

No final do dia ainda deu para ir assistir ao concerto do Kenny Garrett e aviar umas sandochas. Quanto ao irmão Wynton, diz que só cá vem se lhe fizerem uma estátua como em Marciac, França!

Quem quer comprar o piano de Ellington?

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Está à venda o grand Kramer piano, de 1918, em que Duke Ellington compôs alguns dos seus mais célebres temas, autênticos ex-libris do jazz: Mood Indigo, Sophisticated Lady, Caravan, Creole Love Call, The Mooche, In A Sentimental Mood, Do Nothin? Till You Hear from Me e Harlem.

Este piano encontra-se presentemente exposto numa galeria de arte de Manhattan, integrado numa exposição denominada "Mood Indigo: The Legacy of Duke Ellington - A Look at Jazz and Improvisation in American Art", a qual decorre até 30 de Julho.

Há 40 anos na posse de um sobrinho de Ellington, Stephen James, esta é a primeira vez que o referido piano é exibido publicamente.

O preço não é revelado...

O sobrinho devia ser "fustigado"...

Para ouvir antes do concerto de Garrett

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«Standard of Language» foi claramente um dos melhores discos de 2003 e basta ouvi-lo para perceber porquê.

Logo a abrir temos uma extraordinária versão de «What Is This Thing Called Love?» e depois o melhor de Garrett no seu estilo "straight-ahead swing- and funk-flavored hard bop and free jazz", como o classifica a crítica de jazz Paula Edelstein.

A acompanhá-lo estão Vernell Brown (piano), Charnett Moffett (contrabaixo) e Chris Dave (bateria), com o qual é notória a empatia de Garrett.

Já agora, aqui fica a morada de Kenny Garrett na internet.

As estrelas são assim...

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Branford Marsalis chega hoje à tarde a Lisboa, para actuar no Estoril Jazz amanhã, e vai directamente para... o golf.

Exigências de estrela, que no jazz também as há. Já Miles Davis era assim; não no golf mas noutro tipo de exigências, como ter uma limusine branca à sua espera no aeroporto, em 1971, que foi conduzida por João Braga, fadista-motorista de serviço.

Bom, esperemos que Branford jogue tão bem golf como toca.

«Jazz no País do Improviso!» vai tentar entrevistá-lo e fotografá-lo.

Entretanto, Kenny Garret, que toca hoje às 21h30, também no Estoril Jazz, anda a pôr a produção doida: ele é exigência de baterias xpto, teclados, etc.

As estrelas são assim...

6 de julho de 2004

Amanhã é dia G!

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G de Garrett, Kenny Garrett. No Estoril Jazz às 21h30.

Dispensa apresentações este saxofonista-alto que se tornou conhecido pela sua participação nos últimos grupos de Miles Davis e com quem se deslocou, aliás, a Portugal por duas vezes. Davis, o mago do trompete, a ele se referiu na sua autobiografia como «um dos poucos jovens músicos que está a desenvolver um estilo próprio». Estávamos então em 1989.

Volvidos 15 anos, Kenny Garrett acumula várias nomeações para os Grammy, destronou Phill Woods na qualidade de melhor saxofonista alto no ranking da prestigiada revista Downbeat e é considerado um dos mais consistentes, inspirados e versáteis saxofonistas do Jazz do Século XXI. Esta versatilidade e inteligência musical ficam bem expressas nos variados projectos em que Garrett tem participado ao longo dos anos, desde a colaboração com a Orquestra Sinfónica de New Jersey, à parceria com GURU, lenda do hip-hop, passando pelo swing, com Art Blakey, e pelo rock?n?roll, com Sting e Peter Gabriel.

A carreira de Garret iniciou-se na capital não do jazz mas do automóvel, em Detroit, com o trompetista Marcus Belgrave e com a the Mercer Ellington Orchestra. Em 1980, o saxofonista mudou-se para Nova Iorque e passou a integrar o grupo Out of the Blue, formação criada para integrar alguns dos mais promissores talentos da editora Blue Note e que integrava Michael Philip Mossman, Kenny Garrett, Ralph Bowen, Harry Pickens, Robert Hurst e Ralph Peterson.

Discograficamente, Garrett estreou-se como líder em 1984, com Introducing Kenny Garrett, produzindo posteriormente alguns trabalhos notáveis, nomeadamente Standard of Triology (1995) e Pursuance: The Music of John Coltrane (1996). O seu mais recente trabalho é Standard of Language, editado em 2003.

Este Pursuance: The Music of John Coltrane (1996) encontram à venda na tenda da FNAC no Estoril Jazz, por uns meros 10,00 euros.

BlueSwing já abriu

Cascais vai voltar a ter novamente um clube de jazz.

O BlueSwing já abriu e tem a seguinte morada e horário de funcionamento:

Travessa Afonso Sanches 6-B
Largo Camões
Cascais
tel 21 483 13 10

Terça a Domingo
21.00 às 04.00h

O mentor deste projecto é o trompetista Laurent Filipe.

«Jazz no País do Improviso!» vai passar por lá em breve e contar aqui o que viu e ouviu.

5 de julho de 2004

Mark sim!

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Começou da melhor forma a presente edição do Estoril Jazz, com a actuação do trio do saxofonista Mark Shim.

Em homenagem a Joe Henderson, por pedido directo do produtor do festival, desfilaram pelo palco do Parque Palmela vários originais deste saxofonista tenor, incluindo os incontornáveis «Recorda Me» e «Isotope». Quem quiser ouvir este tema no seu melhor pode e deve ouvir este disco de Joe Henderson:

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Mark Shim demonstrou todo o seu talento no saxofone e a musicalidade que lhe corre pelas veias. Olhou com humildade mas de alto para os temas de Henderson e encontrou forma de os renovar. Quanto a nós, os momentos mais empolgantes viveram-se nas baladas e também nas dinâmicas que Shim e a sua secção rítmica foram criando ao sabor dos seus improvisos. É também de elementar justiça elogiar o som envolvente que Shim subtrai do seu saxofone, com claras influências dos grandes saxofonistas tenores da história do jazz.

A nota menos positiva do concerto foi porventura o contrabaixo de Helias (músico prejudicado por não ter trazido o seu próprio instrumento e ter de se adaptar a um de menor qualidade), mal amplificado e sem grande drive nas walking basslines ou nos solos, com uma ou outra excepção. Mas, a compensar, a bateria de Jonathan Blake foi absolutamente irrepreensível e de uma inteligência musical extrema. Assim se diferenciam os grande bateristas dos medianos; é que Blake conhece os temas e sabe onde colocar os acentos e criar as necessárias dinâmicas. E depois havia sempre aquela mão direita a imprimir um drive de puro swing nos pratos.

Quanto a Shim, quem quiser ouvi-lo tranquilamente em casa pode sempre recorrer a dois registos por si gravados, respectivamente em 1998 e 2000, mas só por encomenda do estrangeiro porque em Portugal noves fora nada...

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Então, até ao Kenny Garrett!

4 de julho de 2004

Jazz no Mezzo

Nada de novo a relatar...

Domingo - 4 de Julho de 2004

00:40 Mezzo Archive - Stanley Beckford Jazz At Juan 2003

2a. Feira - 5 de Julho de 2004

00:00 Mezzo Archive - Trilok Gurtu Group New Morning's Live 2002
19:50 Classic Jazz
21:10 Cent Ans De Mémoire Du Jazz - En Remontant Le Fleuve Paresseux
21:50 Jazz Clubbin' - Jon Ballantyne, John Nugent; Mainstream& Modern
22:05 Agenda Des Festivals
23:10 Jazz At Vienne 2000 - Dr Bobby Jones

3a. Feira - 6 de Julho de 2004

22:55 Richard Bona New Morning's Live 2002

4a. Feira - 7 de Julho de 2004

01:15 Gilberto Gil & Milton Nascimento - Jazz In Marciac 2002
21:50 Jazz Clubbin' - Thierry Maillard From Trio To Septet
22:50 New Morning's Live 2002

5a. Feira - 8 de Julho de 2004

14:00 Classic Jazz - La Grande Aventure Du New Morning, 20 Ans De Passions Partagées
1:50 Jazz Clubbin' - Trilok Gurtu Group New Morning's Live 2002

6a. Feira - 9 de Julho de 2004

01:00 Richard Bona New Morning's Live 2002
21:50 Jazz Clubbin'
22:50 Classic Jazz

Sábado - 10 de Julho de 2004

17:00 Classic Jazz
18:00 Gilberto Gil & Milton Nascimento - Jazz In Marciac 2002
23:55 Richard Bona New Morning's Live 2002

2 de julho de 2004

Em directo do Estoril Jazz!

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Associando-se aos 15 anos do Estoril Jazz, o mais emblemático festival de Jazz em Portugal, a Rádio Renascença vai emitir em directo do Parque Palmela, no próximo Domingo, dia 11 de Julho.

Com efeito, o Programa SOCIEDADE DO CONHECIMENTO (de Paulo Sérgio, Luís Osório e Daniel Sampaio) será emitido a partir do palco do Estoril Jazz, entre as 14h00 e as 15h00, podendo o público assistir ao vivo. O programa contará com a actuação de músicos que participam no concerto desse dia, o JAPP.

As portas do Estoril Jazz vão abrir às 13h00 e os primeiros 50 ouvintes que chegarem ao auditório do Parque Palmela recebem um bilhete para o concerto de encerramento do festival, que vai acontecer no mesmo dia às 19h00.

Sociedade do Conhecimento: em busca do lado brilhante da Humanidade!

(O Parque Palmela fica junto à Estrada Marginal, EN 6, adjacente ao antigo Hotel Estoril Sol: entre as estações da CP do Monte Estoril e de Cascais)

Presenças:

Paulo Sérgio - autor e apresentador do programa

Daniel Sampaio - colaborador fixo

Luís Osório - colaborador fixo

Duarte Mendonça - director do festival


Entretanto, e para efeitos históricos, aqui fica a nota de que esta é a primeira vez que um programa de rádio visita um festival de jazz em Portugal.

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